Enquanto a China contabiliza 134 pessoas infectadas com a gripe aviária H7N9, das quais 45 faleceram até hoje, cientistas chineses decidiram estudar o vírus H7 presente nas regiões limítrofes da região mais afetada pelo vírus H7N9 e decodificar seu genoma.
O vírus H7 circula normalmente entre as aves e tinha não afetava o homem até o aparecimento do vírus H7N9, no ano passado na China, onde sua propagação parece ter sido favorecida pela comercialização de aves vivas.
De acordo com cientistas liderados por Maria Huachen Zhu e Yi Guan, os vírus H7, transmitidos pelos patos domésticos aos frangos, se combinaram ao vírus H9N2 para dar origem à cepa H7N9.
Ao analisar a saliva e os excrementos de frangos, patos, gansos e pombos na região de Rizhao, situada 600 km ao norte de Xangai, e na de Wenzhou, 500 km ao sul de Xangai, eles descobriram vírus do tipo H7N9 na primeira localidade e do tipo H7N7 na segunda. O frango foi, de longe, o animal mais afetado.
Os dois vírus têm genes em comum e provêm do vírus da gripe das aves A(H7), que existem nos patos domésticos no sudeste da China desde 2010.
Para testar a transmissibilidade do H7N7 nos mamíferos e eventualmente no homem, os cientistas inocularam o vírus em furões que testaram positivo depois de alguns dias.
Esta transmissão "sugere que a ameaça de pandemia se estende para além do vírus H7N9", advertiu Yi Guan.
Considerando a importância da circulação atual do H7N7 nos frangos, este último vírus poderia acabar causando "infecções humanas mais graves do que aquelas provocadas pelo H7N9, levando em conta nossas experiências animais", acrescentou.
Antes da eclosão atual da gripe H7N9 na China, casos esporádicos de infecção humana pelos vírus gripais H7 (H7N2, H7N3 e H7N7) foram apontados em vários países entre 1996 e 2012, geralmente em associação com o aparecimento da gripe em aves de criação, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os pacientes apresentavam, principalmente, conjuntivites e problemas nas vias respiratórias superiores.