Os pesquisadores da Universidade de Cornell, nos EUA, conduziram uma série de testes com 72 crianças que estavam na pré-escola, com idades entre 3 e 5 anos. Os resultados sugerem que, quando têm a opção de compartilhar, as crianças começam a se ver sob uma nova, e mais benéfica, perspectiva. "Ao se perceberem como pessoas que gostam de compartilhar, elas se tornam mais propensas a agir de forma mais sociável no futuro", disseram eles.
Pesquisas anteriores mostraram que essa ideia explica por que recompensar as crianças para que elas compartilhem mais pode ser um tiro pela culatra. Esse método as levaria a se enxergar como pessoas que não gostam de compartilhar, uma vez que precisaram ser recompensadas por isso. Por elas não se verem como "participantes", se tornam menos propensas a compartilhar no futuro.
"Fazer escolhas difíceis, permite que as crianças descubram algo importante sobre si mesmas", disseram os pesquisadores. "Ao fazer escolhas que não são necessariamente fáceis, elas podem ser capazes de inferir a sua própria pró-sociabilidade".
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Mais tarde, todas as crianças foram introduzidas para Ellie, outro boneco triste. Elas tiveram a opção de quantos adesivos queriam compartilhar com ele. As crianças que anteriormente fizeram a escolha de compartilhar o primeiro adesivo com Doggie, compartilharam mais adesivos com Ellie. As crianças que foram inicialmente confrontadas com uma escolha fácil ou que foram obrigadas a dar o seu adesivo ao boneco, porém, compartilharam menos adesivos com Ellie.
"Você pode imaginar que fazer escolhas difíceis, escolhas que custam, é desgastante para as crianças ou até mesmo uma vez que as crianças compartilham, elas não sentem a necessidade de fazer isso novamente", disse Chernyak. "Mas este não foi o caso: crianças tomaram uma decisão difícil de desistir de alguma coisa por alguém, eles foram mais generosos, e não menos, no futuro."
"Permitir que as crianças façam escolhas difíceis pode influenciar o seu comportamento de compartilhar, ensinando a elas maiores lições sobre suas habilidades, preferências e intenções em relação aos outros."
Os resultados da pesquisa foram publicados online na semana passada no periódico Psychological Science.