O documento original proibia os 145 aditivos porque, segundo parecer da área técnica, se combinados, eles poderiam tornar o cigarro mais palatável. As empresas do tabaco, entretanto, afirmam que essas substâncias são imprescindíveis para a fabricação do cigarro e a diferenciação entre as 160 marcas registradas no país. “Dos 145 aditivos, 81 estão contidos na própria folha de duas das três espécies de fumo cultivadas no Brasil. Portanto, não são elementos estranhos. Se os aditivos forem cortados, 45 mil famílias de pequenos agricultores serão diretamente afetadas, por trabalharem justamente com essas variedades”, afirma Romeu Schneider, secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
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No próximo mês, as empresas devem parar de produzir os cigarros com adição de menta, de cravo e de canela, entre outros. E têm até março do ano que vem para interromper a venda dos produtos. Mas, para os adeptos de algumas marcas, a ausência dos flavorizados será sentida neste ano. A Souza Cruz, por exemplo, já anuncia, em embalangens, a mudança.
Atração
De acordo com Sabrina, 90% dos fumantes iniciam o hábito de fumar antes dos 19 anos. “Quanto mais precoce o vício, maiores as chances de gerar dependência severa e dificuldades para largar o cigarro. Qualquer forma e tipo de consumo de tabaco faz mal. A verdade é que, embora seja uma droga que mata, é uma droga permitida. As indústrias argumentam que pagam muitos impostos, por isso existe uma pressão muito grande.” Em 2012, segundo dados da Afubra, dos R$ 22,8 bilhões faturados pelo setor, entre consumo interno e exportações, R$ 10,5 bilhões (45,9%) foram revertidos em impostos.
Experimentação é incentivada
“Um estudo norte-americano mostra que o mentolado não eleva o risco à saúde. O número de fumantes não caiu nos países que já retiraram esses aditivos. Os cigarros mentolados já se encontram presentes no mercado brasileiro há décadas. O risco de câncer de pulmão devido ao cigarro mentolado é 41% menor.”
Carlos Galant é representante da indústria tabagista