As mães com um gene determinado ficaram mais rígidas com os filhos quando a economia dos Estados Unidos desabou no período 2007-2009, tendo ou não problemas financeiros, afirmaram pesquisadores americanos nesta semana.
O estudo, publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS, na sigla em inglês), sugere que o ambiente pode ter uma influência importante no comportamento, particularmente quando se levam em conta as variações genéticas.
O impacto dos problemas econômicos em uma criação mais rigorosa dos filhos foi "modesto, mas muito significativo", disse o pesquisador Dohoon Lee, da Universidade de Nova York, à AFP.
A cada aumento de 10% na taxa de desemprego, as mulheres portadoras do gene sensível demonstraram ser 2,3 vezes mais rigorosas no desempenho como mães, enquanto as mães em seu conjunto disseram sê-lo 1,6 vez mais, afirmou o cientista.
Os pesquisadores definiram a criação rigorosa usando uma escala de medidas físicas e psicológicas como gritar, ameaçar e dar surras e bofetadas.
Os dados para análise provêm do Estudo de Famílias Frágeis e bem-estar Infantil (FFCWS, na sigla em inglês), uma pesquisa sobre crianças americanas de áreas urbanas, a cargo da Universidade de Princeton e da Universidade de Columbia.
Os participantes incluem mais de 2.600 mulheres e 5.000 crianças nascidas em 20 grandes cidades dos Estados Unidos entre 1998 e 2000.
Suas mães foram entrevistadas três vezes após o nascimento dos filhos, aos três, cinco e nove anos dos filhos. Também foram coletadas amostras de DNA das mães no intervalo de nove anos.
A teoria "orquídea x dente-de-leão"
As mulheres que tinham o alelo sensível, ou variação, do genótipo Taq1A DRD2, se comportaram de forma mais rígida quando a economia piorou, durante a recessão de 2007-2009.
Esta variação genética está relacionada com a liberação de dopamina, uma substância química no cérebro que regula como as pessoas respondem a ameaças e recompensas.
"As mães com o genótipo 'sensível' foram mais rígidas do que suas homólogas em uma economia em deterioração e menos quando a economia melhorou", reportaram os pesquisadores no estudo do PNAS.
Algumas pesquisas anteriores já tinham mostrado que as pessoas com esta variação "são mais suscetíveis à agressão reativa", acrescentou.
Os cientistas utilizaram o índice de confiança do consumidor e as taxas de desemprego das cidades estudadas para medir a saúde da economia.
"As reduções reais da renda entre cada entrevista deram lugar a uma criação mais rígida", indicaram os cientistas.
Em geral, o estudo reforça a teoria "orquídea x dente-de-leão", segundo a 1qual algumas são mais rigorosas que outras, explicou Irwin Garfinkel, professor da Universidade de Columbia e co-autor do estudo.
"Os seres humanos com genes sensíveis, como as orquídeas, murcham e morrem em ambientes pobres, mas prosperam em ambientes ricos, enquanto os dentes-de-leão sobrevivem em ambientes pobres e ricos", disse.
Segundo Sara McLanahan, professora da Universidade de Princeton e co-autora do estudo, os resultados mostram que o medo do pior pode levar a comportamentos negativos.
"As pessoas podem se adaptar a circunstâncias difíceis uma vez que sabem o que esperar, enquanto o medo ou a incerteza sobre o futuro é mais difícil de lidar", disse.
O estudo, publicado nas Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS, na sigla em inglês), sugere que o ambiente pode ter uma influência importante no comportamento, particularmente quando se levam em conta as variações genéticas.
O impacto dos problemas econômicos em uma criação mais rigorosa dos filhos foi "modesto, mas muito significativo", disse o pesquisador Dohoon Lee, da Universidade de Nova York, à AFP.
saiba mais
Os pesquisadores definiram a criação rigorosa usando uma escala de medidas físicas e psicológicas como gritar, ameaçar e dar surras e bofetadas.
Os dados para análise provêm do Estudo de Famílias Frágeis e bem-estar Infantil (FFCWS, na sigla em inglês), uma pesquisa sobre crianças americanas de áreas urbanas, a cargo da Universidade de Princeton e da Universidade de Columbia.
Os participantes incluem mais de 2.600 mulheres e 5.000 crianças nascidas em 20 grandes cidades dos Estados Unidos entre 1998 e 2000.
Suas mães foram entrevistadas três vezes após o nascimento dos filhos, aos três, cinco e nove anos dos filhos. Também foram coletadas amostras de DNA das mães no intervalo de nove anos.
A teoria "orquídea x dente-de-leão"
As mulheres que tinham o alelo sensível, ou variação, do genótipo Taq1A DRD2, se comportaram de forma mais rígida quando a economia piorou, durante a recessão de 2007-2009.
Esta variação genética está relacionada com a liberação de dopamina, uma substância química no cérebro que regula como as pessoas respondem a ameaças e recompensas.
"As mães com o genótipo 'sensível' foram mais rígidas do que suas homólogas em uma economia em deterioração e menos quando a economia melhorou", reportaram os pesquisadores no estudo do PNAS.
Algumas pesquisas anteriores já tinham mostrado que as pessoas com esta variação "são mais suscetíveis à agressão reativa", acrescentou.
Os cientistas utilizaram o índice de confiança do consumidor e as taxas de desemprego das cidades estudadas para medir a saúde da economia.
"As reduções reais da renda entre cada entrevista deram lugar a uma criação mais rígida", indicaram os cientistas.
Em geral, o estudo reforça a teoria "orquídea x dente-de-leão", segundo a 1qual algumas são mais rigorosas que outras, explicou Irwin Garfinkel, professor da Universidade de Columbia e co-autor do estudo.
"Os seres humanos com genes sensíveis, como as orquídeas, murcham e morrem em ambientes pobres, mas prosperam em ambientes ricos, enquanto os dentes-de-leão sobrevivem em ambientes pobres e ricos", disse.
Segundo Sara McLanahan, professora da Universidade de Princeton e co-autora do estudo, os resultados mostram que o medo do pior pode levar a comportamentos negativos.
"As pessoas podem se adaptar a circunstâncias difíceis uma vez que sabem o que esperar, enquanto o medo ou a incerteza sobre o futuro é mais difícil de lidar", disse.