Já é sabido que as pessoas têm o hábito de recorrer a alimentos mais confortáveis em resposta ao estresse emocional, uma alimentação frequentemente rica em gordura e açúcar. Mas não é apenas uma resposta psicológica, os cientistas descobriram que o estresse crônico na idade adulta também pode desencadear respostas hormonais, levando essas pessoas a se "auto-medicarem" com a chamada junk food (alimentos industrializados com predominânica de açúcar e gordura), um padrão que é particularmente comum entre as mulheres.
Para sua pesquisa, os cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul expuseram uma ninhada de ratos recém-nascidos a uma redução de nidificação ou "estresse do início da vida."
Em seguida, eles mediram as reações comportamentais de ansiedade e estresse em suas vidas adultas, como também a ingestão desses alimentos de conforto ao longo de quatro dias.
Os resultados mostraram que a exposição dos animais ao estresse precoce teve um impacto mensurável sobre a sua vida adulta, uma vez que aumentou a resposta hormonal ao estresse na forma de níveis de corticosterona, e uma preferência por alimentos de conforto.
Os pesquisadores dizem que os resultados do estudo poderiam ter implicações para os primeiros cuidados com a nutrição na infância em recém-nascidos que já nascem em condições estressantes, como os bebês com pouco peso.
O estudo, que foi apresentado na Annual Meeting of the Society for the Study of Ingestive Behavior em Nova Orleans, na semana passada, se baseia em pesquisa anterior que do mesmo modo descobriu que as mulheres que têm uma dieta cheia de gordura e açúcar durante a gravidez são mais propensas a dar a luz a bebês que podem se tornar viciados em junk food. O estudo, feito na Austrália, foi publicado no periódico Federation of American Societies for Experimental Biology, em 2011.