A líder da pesquisa, Melanie Beaussart, acredita que, por causa disso, as mulheres se soltam mais nos ambientes on-line. “Eu acho que, quando se sentem protegidas pelo anonimato, as mulheres expressam a sua sexualidade de forma diferente. Outras pesquisas mostraram que elas estão mais preocupadas com a privacidade on-line do que os homens, talvez pelo fato de muitas de nós já terem tido experiências ruins”, explica a pesquisadora. Isso pode ter acontecido, segundo ela, porque um ex-namorado ou pretendente é capaz de ter publicado informações pessoais do relacionamento.
Além disso, existe um padrão cultural que considera promíscuas as mulheres com muitos parceiros sexuais. Ante o estigma social negativo, elas se tornam mais vigilantes sobre a sua reputação on-line. “Até mesmo uma pesquisa de psicologia, por meio da internet, despertou medo nas mulheres. Elas temeram que alguém pudesse encontrar as conclusões”, conta Melanie. Outro resultado que chamou a atenção da pesquisadora é que a socios-sexualidade faz parte da personalidade do indivíduo.
Isso significa que, se a pessoa tem vida sexual bastante ativa, ela precisa ser solteira para ter parceiros casuais. “O que vimos no estudo é que os homens têm, sim, a vida sexual mais ativa. Mas, no fim das contas, eles e elas têm o mesmo número de parceiros sexuais. Quando suspeitavam que os resultados poderiam ser expostos, os homens inventaram o número de parceiros sexuais, mas diminuíram a informação sobre a atividade sexual”, disse Melanie. Isso é, em público eles disseram “Sim, tive muitas mulheres, mas sou fiel e não as traí, pois a atividade sexual foi apenas com elas.”
No entanto, Melanie destaca que eles não têm tantas parceiras como dizem. “Parece-me que ter uma imagem de uma pessoa que não sairá tendo relações indiscriminadamente é importante, tanto para homens quanto para mulheres”, comenta. A média encontrada por Melanie foi de 3,27 parceiros sexuais durante a vida inteira. Entre os participantes, 387 eram mulheres e 183 homens.