De acordo com o personal trainer Rodrigo Rezende, não há problema algum em frequentar aulas diferentes em uma mesma semana e a melhor atividade física é a que faz bem e respeita as limitações de cada um. “Todas trazem benefícios cardiovasculares, fazem perder peso — se acompanhada de uma alimentação balanceada — e diminuem a pressão arterial. A atividade ideal só depende da pessoa”, garante.
Bicicleta x corrida
O gasto de calorias depende da velocidade com que se faz o exercício, da força investida e do peso do indivíduo. De acordo com o educador físico Gilberto Cavalini, coordenador das aulas coletivas de uma academia da cidade, queima-se de 600kcal a 800kcal em uma sessão de 50 minutos de spinning ou corrida. Esse valor pode chegar a 1.000kcal em treinos mais pesados.
A corrida tem a vantagem de poder ser praticada ao ar livre. Alguns percursos, inclusive, potencializam a perda de calorias. “Isso pode dar a dinâmica que algumas pessoas precisam. Assim, nos dias de musculação, o aluno corre na academia mesmo. Nos dias voltados exclusivamente para a corrida, pode escolher uma bela paisagem”, detalha Rodrigo Rezende.
A principal objeção à atividade é o impacto. Correr força as articulações e o risco de lesões sempre existe. Por isso, é preciso estar atento. “Qualquer dor deve ser tratada por um médico”, recomenda Rezende. A estudante Marcella Seder, 18 anos, por exemplo, deve se manter longe da corrida. Ela sempre praticou esportes — seus preferidos eram o futsal e o vôlei —, mas precisou parar após uma lesão no joelho. “Estávamos só brincando e empurraram meu joelho pela lateral e isso deslocou minha patela. Chorei muito quando o médico disse que eu não poderia mais jogar”, conta. Por causa desse episódio, Marcella ficou oito meses sem fazer exercício algum.
Atualmente, a jovem tem carta branca para praticar musculação e pedalar. O spinning, mesmo sendo um exercício superpuxado, está liberado. A principal vantagem da bicicleta é que ela não impacta as articulações, como os joelhos. Mas há outra: ela trabalha grupos musculares mais diversificados do que a corrida, incluindo os do bumbum, os dos quadris e parte dos das costas.
Atividades lúdicas
Algumas modalidades são mais do que simples exercícios físicos para perder peso: envolvem entretenimento e lazer. Isso não significa que o esforço corporal envolvido seja pequeno. O jump é um bom exemplo. Consiste, basicamente, em pular e dançar, mas o gasto calórico não é brincadeira. Pode ser feito sobre um trampolim (o jump convencional), ou com a ajuda de botas especiais (o kangoo jump). “A vantagem das botas é que absorvem até 80% do impacto, tornando o kangoo recomendável até a quem está se recuperando de cirurgias”, afirma Lucas D’Avila, professor da modalidade.
Queima-se de 500kcal a 800kcal em uma aula. D’Avila acrescenta: “É uma atividade completa no sentido de gasto de energia e também é divertida. Não é como o spinning, em que se fica parado no mesmo lugar — as pessoas andam para todos os lados”. Mexem-se braços, pernas e tronco, fortalecendo diversos músculos. Assim, os praticantes adquirem maior consciência corporal e equilíbrio. Como não é praticado diretamente no chão, o risco de lesão é baixo.
A aluna Déborah Câmara Dias Sobrino, 30 anos, é só elogios e até já adquiriu as botas, que custam, em média, R$ 700. “Eu nem vejo o tempo passar na aula. O kangoo une atividade física e bem-estar, ao som de hits musicais e na companhia de pessoas que conheci aqui e se tornaram muito amigas — temos até um grupo no Whatsapp”, conta. Com acompanhamento nutricional, Déborah perdeu 8kg em cerca de 5 meses.
Uma novidade em se tratando de atividades físicas divertidas é o walking dance, espécie de dança em cima da esteira. Ela é fruto da parceria entre uma grande academia e a Universidade de São Paulo (USP), cujo laboratório de biomecânica vem analisando os benefícios da prática. “Foram estabelecidas certas condições para garantir o aproveitamento da atividade e eliminar riscos: a esteira não pode ultrapassar a velocidade de 5km/h, com inclinação máxima de 5%”, informa Gilberto Cavalini.
Na aula, há pessoa de 23 a 68 anos. É recomendada a todos e a inclinação de 5% faz com que até os jovens saiam ofegantes. Para Bernadete Hulak, 54 anos, o walking dance une o útil ao agradável. “São dois benefícios: queimar caloria e o prazer de dançar. Eu adoro.” Ela considera a modalidade uma terapia e adora a professora. “Com atividades diferentes assim, a gente não enjoa”, explica a empresária, que “aposentou” o spinning e a corrida por tempo indeterminado.
O exercício e é um pouco mais leve que o jump, a corrida ou o spinning, com a queima de cerca de 500kcal por treino de 50 minutos. “É uma atividade para quem sofreu alguma lesão e não pode pegar tão pesado no exercício ou que já está cansado de academia mesmo”, explica Cavalini. Ele garante que, apesar da queima ser relativamente baixa, é possível emagrecer praticando o walking dance, mas, em todos os casos, alimentação adequada é indispensável.