Com o término da Copa das Confederações, entra em cena a retomada do Campeonato Brasileiro com suas exaustivas 38 rodadas. E, para aguentar essa maratona, é preciso que o atleta esteja em forma para não correr nenhum risco de lesão, perda ou aumento de peso. Ocorre que, para ser um bom atleta, não basta fazer exercícios físicos. Alimentar-se de forma correta também é fundamental.A alimentação é tão importante que muitos clubes mantêm, além de nutricionistas, seus próprios chefs de cozinha. Algumas seleções parecem não se incomodar muito com isso, como foi o caso do Taiti, que se hospedou em Belo Horizonte, na Copa das Confederações,e preferiu experimentar a comida brasileira, porém pedindo ao maître do hotel onde esteve hospedada que caprichasse nas frutas.
“Para garantir que o atleta tenha um bom desempenho, melhorando assim sua performance dentro de campo ou em qualquer outra modalidade,é muito importante que ele esteja bem nutrido. Para isso, é preciso que adote uma alimentação adequada e de boa qualidade, contemplando todos os nutrientes”, explica a nutricionista do América Futebol Clube, de Belo Horizonte, Sarah Maria Lopes de Almeida Raydan, pós-graduada em segurança alimentar e qualidade nutricional pela Universidade Gama Filho (RJ). “Os jogadores taitianos parecem ter gostado mesmo da nossa comida. Quando entravam no refeitório do América, comiam pão, banana, laranja e beberam muito café”, conta Sarah.
Em conversa com alguns jogadores, eles revelaram à nutricionista que não têm esse tipo de orientação, por serem em sua maioria jogadores amadores. Mas nem todas as seleções se comportam como os taitianos.A equipe japonesa, mesmo morando do outro lado do planeta, fez questão de trazer de casa seu alimento, usando para isso caixas de isopor. A Seleção Brasileira também quando viaja, principalmente para países asiáticos, prefere levar a comida própria, que inclui arroz, feijão e farinha branca, entre outros, além de um nutricionista e um chef de cozinha, que prepara as refeições tanto para jogadores como para a comissão técnica. Esse tipo de comportamento, segundo Sarah Radayan, se faz necessário com o intuito de manter o jogador “na linha”.
A nutricionista diz não se preocupar muito com a quantidade de calorias e justifica: “O plano alimentar vai depender muito do objetivo de cada atleta. O que recomendo sempre é que a alimentação seja de boa qualidade e nutritiva. Assim como temos alimentos calóricos e que apresentam pouco ou nenhum nutriente, temos alimentos que podem ser calóricos, porém, se essa caloria for de boa qualidade e oferecer bons nutrientes, não existirá nenhum problema em consumi-los, desde que seja nas quantidades recomendadas”, alerta.
A nutricionista Fernanda Aguiar, que faz especialização em nutrição esportiva funcional, ressalta que há alimentos que podem fazer com que o atleta perca peso. “Geralmente, um alimento termogênico, como a cafeína, gengibre, pimenta, faz com que ele perca mais peso, por ajudar a acelerar o metabolismo ou quando ele fez um ingestão inadequada ao longo do dia.” Ela salienta que estabelece o ganho e a perda de calorias de um atleta de acordo com o tipo de atividade, posição ou modalidade que ele está exercendo.“Isso tem importância dependendo do objetivo do atleta. Mas nem sempre a caloria é avaliada e, sim, a qualidade dos alimentos e seus nutrientes. Caso ele abuse, é necessário que faça uma dieta mais leve com ingestão de sucos, água de coco, verduras e legumes, e beba bastante água para o corpo se desintoxicar”, acrescenta.
PLANO INDIVIDUAL
Na hora de escolheroque pôr no prato, o atleta vai ser orientado pelo profissional de acordo com suas metas, biotipoemetabolismo.“O que recomendo sempre é que, quanto mais colorido, mais saudável e nutritivo seu prato será. Assim, é possível garantir o aporte de vitaminaseminerais de que necessitamos por dia. Se o jogador precisa perder peso, recomendo que o seu consumo de salada seja alto, porque as saladas são ricas em fibra e elas trazem saciedade, fazendo com que ele coma menos os outros alimentos.
Já um jogador que está dentro dos padrões exigidos, levando em conta seu percentual de gordura e massa muscular, pode comer um pouco menos de salada,mas tudo vai depender de cada caso”, diz Sarah. Para Fernanda, não há uma dieta ideal e sim uma que vá suprir todas as necessidades do atleta profissional. “Com um acompanhamento adequado, ele vai ter uma orientação que não foge à regra, ou seja, uma quantidade de carboidrato suficiente, pois ele é essencial no processo de geração de energia para competição e para os treinos; proteína para a reestruturação muscularepara evitar a perda de músculos;e gordura boa para ajudar na produção de hormônios”, explica.
Como eles gastam muita energia,será que têm fome o tempo todo? As especialistas explicam que não. “Cada um tem uma necessidade. A individualidade bioquímica depende do metabolismo de cada um: uns acabam o treino e estão com fome; outros não. Tenho atletas, por exemplo, que ficam ansiosos antes do jogo e perdem a fome, mais eles sabem que é importante a alimentação antes do jogo, então comem em menor quantidade, pois sabem a importância de garantir aporte de energia para o jogo e evitar queda no rendimento”, acrescenta a nutricionista do América Futebol Clube.
Antes ou depois do jogo?
A nutricionista do América Futebol Clube explica que, mais importante do que a alimentação antes ou depois do jogo, é manter um equilíbrio com o que se ingere durante todo o período que antecede a competição. “É por isso que, no futebol, se usa fazerapré-temporada, que é de extrema importância.” Sarah Radayan ressalta que a alimentação antes do jogo é importante para garantir estoques de energia para a partida e, pós-jogo, para recuperar o esforço físico realizado.
“Antes dos jogos coloco nas refeições, dentro do possível, alimentos de que os jogadoresmais gostam, porque assim a aceitabilidade é maior, uma vez queénecessário que eles estejam cheios de energia para aguentar toda a partida sem fadiga. Com relação ao cardápio, ele não tem nada demais. Basicamente contém saladas variadas; dois a três tipos de carboidratos, sendo os mais comuns o arroz, amassaeabatata; duas fontes leves de proteínas; sucos naturais e sobremesas. Nesse prato não entram as frituras. Já a alimentação pós-jogo,como frutas, é liberada.”
Numa partida de futebol,um atleta chega a perder quatro quilos. Mas vale lembrar que essa perda é, em grande parte, de água. Por isso é muito importante a hidratação antes, durante e depois da partida. “Durante o treino e as partidas, o atleta perde vitaminas e minerais por meio do suor. Para repô-los usamos um repositor eletrolítico, como as bebidas com sais minerais e carboidratos. Se o atleta não estiver bem alimentado, a perda de peso durante os treinamentos e partida é inevitável. O que faço é educação nutricional (orientação) o tempo todo, explicando o que eles devem fazer para minimizar essa perda de peso”, acrescenta Sarah. Segundo ela, a perda acima de 5% de água diminui a capacidade de trabalho em até 30% do rendimento do atleta. Por isso, a hidratação e a reposição dos sais minerais é importante também para manter o bom funcionamento do intestino.
O atleta deve evitar abusar de qualquer alimento, mesmo os considerados saudáveis. “O que determina se o alimento é saudável são os nutrientes. Integram o grupo da comida saudável as verduras, legumes, frutas, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas), cereais integrais, carnes magras e ovos, entre outros. E, não mais importante, uma boa ingestão de água. O interessante é buscar uma variedade e não ficar somente em um tipo de alimento, para ter uma dieta balanceada”, ensina a nutricionista Fernanda Aguiar. Ela alerta paraoconsumode alimentos considerados pouco saudáveis, como os fast food, refrigerantes, os ricos em gorduras, açúcares e sal, as frituras e industrializados. “Eles contribuem para a retenção de líquidos”, diz. Fernanda indica a batata-doce, a batata yacon, o cará, a mandioca, assim como as carnes magras, ovos, azeite extra- virgem, o abacate, entre outros, são interessantes de serem inclusos nas dietas, uma vez que são ricos em macro e micronutrientes.
HORÁRIOS
“No caso de ganho de massa muscular, é possível obter bons resultados quando há sinergia entre o treino,o descanso (intervalos entre o treino e sono adequado), a alimentação e, caso necessário,uma suplementação adequada. Quando um desses fatores não está sendo respeitado, o processo de hipertrofia muscular não será alcançado”, acrescenta Fernanda.
Ao lado da alimentação e dos exercícios de fortalecimento muscular, o atleta precisa observarodescanso adequado, manter horários em ordem – para treinar, comer, dormir –, uma vez que seu corpo é seu meio de trabalho. A alimentação saudável serve não só para garantir um bom desempenho, mas também para garantir uma qualidade de vida melhor e evitar doenças futuras.
“Para garantir que o atleta tenha um bom desempenho, melhorando assim sua performance dentro de campo ou em qualquer outra modalidade,é muito importante que ele esteja bem nutrido. Para isso, é preciso que adote uma alimentação adequada e de boa qualidade, contemplando todos os nutrientes”, explica a nutricionista do América Futebol Clube, de Belo Horizonte, Sarah Maria Lopes de Almeida Raydan, pós-graduada em segurança alimentar e qualidade nutricional pela Universidade Gama Filho (RJ). “Os jogadores taitianos parecem ter gostado mesmo da nossa comida. Quando entravam no refeitório do América, comiam pão, banana, laranja e beberam muito café”, conta Sarah.
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A nutricionista diz não se preocupar muito com a quantidade de calorias e justifica: “O plano alimentar vai depender muito do objetivo de cada atleta. O que recomendo sempre é que a alimentação seja de boa qualidade e nutritiva. Assim como temos alimentos calóricos e que apresentam pouco ou nenhum nutriente, temos alimentos que podem ser calóricos, porém, se essa caloria for de boa qualidade e oferecer bons nutrientes, não existirá nenhum problema em consumi-los, desde que seja nas quantidades recomendadas”, alerta.
A nutricionista Fernanda Aguiar, que faz especialização em nutrição esportiva funcional, ressalta que há alimentos que podem fazer com que o atleta perca peso. “Geralmente, um alimento termogênico, como a cafeína, gengibre, pimenta, faz com que ele perca mais peso, por ajudar a acelerar o metabolismo ou quando ele fez um ingestão inadequada ao longo do dia.” Ela salienta que estabelece o ganho e a perda de calorias de um atleta de acordo com o tipo de atividade, posição ou modalidade que ele está exercendo.“Isso tem importância dependendo do objetivo do atleta. Mas nem sempre a caloria é avaliada e, sim, a qualidade dos alimentos e seus nutrientes. Caso ele abuse, é necessário que faça uma dieta mais leve com ingestão de sucos, água de coco, verduras e legumes, e beba bastante água para o corpo se desintoxicar”, acrescenta.
PLANO INDIVIDUAL
Na hora de escolheroque pôr no prato, o atleta vai ser orientado pelo profissional de acordo com suas metas, biotipoemetabolismo.“O que recomendo sempre é que, quanto mais colorido, mais saudável e nutritivo seu prato será. Assim, é possível garantir o aporte de vitaminaseminerais de que necessitamos por dia. Se o jogador precisa perder peso, recomendo que o seu consumo de salada seja alto, porque as saladas são ricas em fibra e elas trazem saciedade, fazendo com que ele coma menos os outros alimentos.
Já um jogador que está dentro dos padrões exigidos, levando em conta seu percentual de gordura e massa muscular, pode comer um pouco menos de salada,mas tudo vai depender de cada caso”, diz Sarah. Para Fernanda, não há uma dieta ideal e sim uma que vá suprir todas as necessidades do atleta profissional. “Com um acompanhamento adequado, ele vai ter uma orientação que não foge à regra, ou seja, uma quantidade de carboidrato suficiente, pois ele é essencial no processo de geração de energia para competição e para os treinos; proteína para a reestruturação muscularepara evitar a perda de músculos;e gordura boa para ajudar na produção de hormônios”, explica.
Como eles gastam muita energia,será que têm fome o tempo todo? As especialistas explicam que não. “Cada um tem uma necessidade. A individualidade bioquímica depende do metabolismo de cada um: uns acabam o treino e estão com fome; outros não. Tenho atletas, por exemplo, que ficam ansiosos antes do jogo e perdem a fome, mais eles sabem que é importante a alimentação antes do jogo, então comem em menor quantidade, pois sabem a importância de garantir aporte de energia para o jogo e evitar queda no rendimento”, acrescenta a nutricionista do América Futebol Clube.
Antes ou depois do jogo?
A nutricionista do América Futebol Clube explica que, mais importante do que a alimentação antes ou depois do jogo, é manter um equilíbrio com o que se ingere durante todo o período que antecede a competição. “É por isso que, no futebol, se usa fazerapré-temporada, que é de extrema importância.” Sarah Radayan ressalta que a alimentação antes do jogo é importante para garantir estoques de energia para a partida e, pós-jogo, para recuperar o esforço físico realizado.
“Antes dos jogos coloco nas refeições, dentro do possível, alimentos de que os jogadoresmais gostam, porque assim a aceitabilidade é maior, uma vez queénecessário que eles estejam cheios de energia para aguentar toda a partida sem fadiga. Com relação ao cardápio, ele não tem nada demais. Basicamente contém saladas variadas; dois a três tipos de carboidratos, sendo os mais comuns o arroz, amassaeabatata; duas fontes leves de proteínas; sucos naturais e sobremesas. Nesse prato não entram as frituras. Já a alimentação pós-jogo,como frutas, é liberada.”
Numa partida de futebol,um atleta chega a perder quatro quilos. Mas vale lembrar que essa perda é, em grande parte, de água. Por isso é muito importante a hidratação antes, durante e depois da partida. “Durante o treino e as partidas, o atleta perde vitaminas e minerais por meio do suor. Para repô-los usamos um repositor eletrolítico, como as bebidas com sais minerais e carboidratos. Se o atleta não estiver bem alimentado, a perda de peso durante os treinamentos e partida é inevitável. O que faço é educação nutricional (orientação) o tempo todo, explicando o que eles devem fazer para minimizar essa perda de peso”, acrescenta Sarah. Segundo ela, a perda acima de 5% de água diminui a capacidade de trabalho em até 30% do rendimento do atleta. Por isso, a hidratação e a reposição dos sais minerais é importante também para manter o bom funcionamento do intestino.
O atleta deve evitar abusar de qualquer alimento, mesmo os considerados saudáveis. “O que determina se o alimento é saudável são os nutrientes. Integram o grupo da comida saudável as verduras, legumes, frutas, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas), cereais integrais, carnes magras e ovos, entre outros. E, não mais importante, uma boa ingestão de água. O interessante é buscar uma variedade e não ficar somente em um tipo de alimento, para ter uma dieta balanceada”, ensina a nutricionista Fernanda Aguiar. Ela alerta paraoconsumode alimentos considerados pouco saudáveis, como os fast food, refrigerantes, os ricos em gorduras, açúcares e sal, as frituras e industrializados. “Eles contribuem para a retenção de líquidos”, diz. Fernanda indica a batata-doce, a batata yacon, o cará, a mandioca, assim como as carnes magras, ovos, azeite extra- virgem, o abacate, entre outros, são interessantes de serem inclusos nas dietas, uma vez que são ricos em macro e micronutrientes.
HORÁRIOS
“No caso de ganho de massa muscular, é possível obter bons resultados quando há sinergia entre o treino,o descanso (intervalos entre o treino e sono adequado), a alimentação e, caso necessário,uma suplementação adequada. Quando um desses fatores não está sendo respeitado, o processo de hipertrofia muscular não será alcançado”, acrescenta Fernanda.
Ao lado da alimentação e dos exercícios de fortalecimento muscular, o atleta precisa observarodescanso adequado, manter horários em ordem – para treinar, comer, dormir –, uma vez que seu corpo é seu meio de trabalho. A alimentação saudável serve não só para garantir um bom desempenho, mas também para garantir uma qualidade de vida melhor e evitar doenças futuras.