Para evitar complicações futuras, por exemplo, os pesquisadores sugerem que as meninas acometidas por cânceres não recebam, durante o tratamento quimioterápico, os agentes alquilantes — medicamentos que alteram e evitam a duplicação celular. De acordo com o estudo feito com 3.531 sobreviventes de tumores malignos, o uso dessa substância fez com que metade das voluntária que tiveram contato com ela encontrassem dificuldade para engravidar. A pesquisa também sugere que as pacientes não sejam submetidas à radiação constante na pélvis e no abdômen.
Para os cientistas, essas evidências vão ajudar os médicos a oferecer orientações mais individualizadas às pacientes, especialmente aquelas que acham que, após vencer a doença, poderão ter filhos normalmente. “Se a criança é recém-diagnosticada com linfoma de Hodgkin, por exemplo, ela poderá ser mais propensa a ficar infértil. Por isso, a intenção de realizar terapias diferentes, sem a necessidade de congelamento de óvulos”, disse Sara Barton, autora do estudo.
As mulheres avaliadas eram sexualmente ativas e tinham entre 18 e 39 anos. Ao analisar o histórico das participantes, os pesquisadores também descobriram que cerca de dois terços daquelas que se submeteram ao tratamento contra infertilidade conseguiram uma gravidez bem-sucedida. A taxa foi semelhante à de pacientes que enfrentam a infertilidade, mas não tiveram câncer. A informação reforça a importância da avaliação especializada e da realização de exames específicos antes de a possibilidade de gestação ser descartada para uma ex-paciente oncológica.