O Parlamento irlandês adotou uma lei que autoriza o aborto quando a gestação representar um risco para a vida da mãe, uma questão muito polêmica em um país católico e onde milhares de mulheres saem todos os anos para interromper a gravidez no exterior.
A câmara baixa do Parlamento adotou esta lei na quinta-feira à noite e o texto também deve ser aprovado na câmara alta, onde o governo conta com a maioria. A nova lei autoriza o aborto se a gravidez significar "um risco real e substancial", de acordo com o parecer de médicos. Em caso de risco de suicídio, é necessário que haja unanimidade na opinião de um obstetra e dois psiquiatras.
Além dos conservadores, o texto também frustrou deputados de esquerda e associações favoráveis ao aborto, que o consideraram muito restritivo, já que a nova lei não prevê a autorização do aborto nos casos de estupro, incesto ou de anomalia fetal. Em dezembro de 2010, a Corte Europeia de Direitos Humanos condenou a Irlanda por haver proibido o aborto de uma mulher que fazia tratamento contra um câncer e que temia que a gravidez provocasse o retorno da doença.
Segundo estatísticas do ministério britânico da Saúde, 3.982 mulheres - ou seja, 11 por dia -, sendo 124 delas menores de 18 anos, saíram da Irlanda para a Inglaterra ou para o País de Gales para fazer um aborto em 2012. A partir de agora, a ilha de Malta passou a ser o único país que o proíbe totalmente o aborto.
A câmara baixa do Parlamento adotou esta lei na quinta-feira à noite e o texto também deve ser aprovado na câmara alta, onde o governo conta com a maioria. A nova lei autoriza o aborto se a gravidez significar "um risco real e substancial", de acordo com o parecer de médicos. Em caso de risco de suicídio, é necessário que haja unanimidade na opinião de um obstetra e dois psiquiatras.
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