Com a chegada da terceira idade, um dos maiores medos que afligem as mulheres são as quedas, principalmente se a osteoporose também surgir. Para combater esse risco, uma das armas mais poderosas são as atividades físicas, segundo estudo recente da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa constatou que mesmo quem sofre da doença pode ter melhoras consideráveis na postura e no desenvolvimento motor ao praticar exercícios físicos durante a menopausa. Os resultados reforçam a importância dos exercícios para evitar fraturas, e provam que o enfraquecimento dos ossos nem sempre é empecilho para mexer o corpo.
O trabalho teve início em 2009, quando o fisioterapeuta Guilherme Carlos Brech quis comprovar conceitos que já existiam na medicina, mas que careciam de provas. “É de conhecimento geral na literatura médica que os exercícios físicos são benéficos, mas, nessa pesquisa, eu quis ilustrar com dados o quanto eles podem ajudar a prevenir problemas comuns, como as quedas”, explica Brech.
O fisioterapeuta acrescenta que o climatério é a fase de maior incidência dos problemas de saúde. “É o período em que a mulher está mais vulnerável. Quanto maior o período sem menstruação, maior o risco de perdas hormonais. Eu quis avaliar essa faixa etária justamente para ver se nela existe algum tipo de alteração de força (muscular)”, destaca o pesquisador.
Participaram do estudo 126 mulheres, entre 55 a 65 anos, na pós-menopausa. Metade delas tinha osteoporose e a outra não. Todas as participantes realizavam atividades físicas por 30 minutos, duas vezes por semana, no Instituto de Ortopedia e Traumatologia ou no Instituto Central, ambos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo.
Nesse período, Brech fez testes para verificar o equilíbrio postural, a flexão do joelho e a força muscular das voluntárias. Todas tiveram melhoras. “Observei que a presença de osteoporose não alterou as características de equilíbrio postural e força muscular, e isso é algo muito positivo, pois essas são dificuldades geralmente enfrentadas pelas mulheres que sofrem da doença”, destaca o pesquisador.
O fisioterapeuta explica que a pesquisa vai ajudar a mostrar que a osteoporose não causa limitações. “O tratamento precisa ser associado a medidas preventivas das incapacidades, principalmente na manutenção do equilíbrio postural e na força muscular. Por isso, programas de atividade física específicos devem ser incentivados.”
Renato Ferrari, ginecologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também acredita que a pesquisa da USP ajudará a desmitificar a doença. “Não em relação às fraturas, que têm um impacto tremendo na morbidade do problema, mas em relação às quedas, além de poder servir como base para estudos futuros”, avalia.
Para o professor e ginecologista da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rosires Pereira de Andrade, o estudo reforça a máxima de que exercícios físicos são sempre benéficos. “Essa pesquisa ilustra de maneira bastante interessante que fazer exercícios pode diminuir problemas de quedas causados pela osteoporose. Já tínhamos conhecimento de melhoras em casos de hipertensão, diabetes, obesidade, essa é mais uma constatação positiva da atividade física”, destaca.
O pesquisador aponta outro mito relacionado à doença que é posto a baixo com os resultados apresentados. Diferentemente do senso comum, os exercícios físicos não são um risco para quem sofre de osteoporose. “Muito pelo contrário, eles auxiliam na melhora do paciente desde que, claro, feitos e orientados da maneira correta ”, afirma.
Brech analisou também implicações da osteoporose no organismo feminino, como a cifose toráxica e a redução de vitamina D (veja infográfico no início da matéria). “ Não notei muitas alterações, o que mostra um resultado positivo em relação à cifose, que poderia também ser agravada nas mulheres que têm a doença e incomoda muito os idosos”, destaca.
NA JUVENTUDE
Há casos de mulheres jovens que precisam tomar os mesmos cuidados que as idosas comrelaçãoa taxas hormonais e cuidados comos ossos. O maior afetado é o estrogênio, que age sobre o crescimento das células, influenciando no tamanho demúsculos, glândulas, quadril, coxas, entre outras partes do corpo.
“Existem casos de mulheres de 20 a 30 anos que têm uma deficiência ovariana, que também altera a produção do estrogênio. Nesse caso elas também precisam fazer a reposição hormonal”, destacao ginecologista Rosires Pereira de Andrade.
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O fisioterapeuta acrescenta que o climatério é a fase de maior incidência dos problemas de saúde. “É o período em que a mulher está mais vulnerável. Quanto maior o período sem menstruação, maior o risco de perdas hormonais. Eu quis avaliar essa faixa etária justamente para ver se nela existe algum tipo de alteração de força (muscular)”, destaca o pesquisador.
Participaram do estudo 126 mulheres, entre 55 a 65 anos, na pós-menopausa. Metade delas tinha osteoporose e a outra não. Todas as participantes realizavam atividades físicas por 30 minutos, duas vezes por semana, no Instituto de Ortopedia e Traumatologia ou no Instituto Central, ambos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo.
Nesse período, Brech fez testes para verificar o equilíbrio postural, a flexão do joelho e a força muscular das voluntárias. Todas tiveram melhoras. “Observei que a presença de osteoporose não alterou as características de equilíbrio postural e força muscular, e isso é algo muito positivo, pois essas são dificuldades geralmente enfrentadas pelas mulheres que sofrem da doença”, destaca o pesquisador.
O fisioterapeuta explica que a pesquisa vai ajudar a mostrar que a osteoporose não causa limitações. “O tratamento precisa ser associado a medidas preventivas das incapacidades, principalmente na manutenção do equilíbrio postural e na força muscular. Por isso, programas de atividade física específicos devem ser incentivados.”
Renato Ferrari, ginecologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também acredita que a pesquisa da USP ajudará a desmitificar a doença. “Não em relação às fraturas, que têm um impacto tremendo na morbidade do problema, mas em relação às quedas, além de poder servir como base para estudos futuros”, avalia.
Para o professor e ginecologista da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rosires Pereira de Andrade, o estudo reforça a máxima de que exercícios físicos são sempre benéficos. “Essa pesquisa ilustra de maneira bastante interessante que fazer exercícios pode diminuir problemas de quedas causados pela osteoporose. Já tínhamos conhecimento de melhoras em casos de hipertensão, diabetes, obesidade, essa é mais uma constatação positiva da atividade física”, destaca.
O pesquisador aponta outro mito relacionado à doença que é posto a baixo com os resultados apresentados. Diferentemente do senso comum, os exercícios físicos não são um risco para quem sofre de osteoporose. “Muito pelo contrário, eles auxiliam na melhora do paciente desde que, claro, feitos e orientados da maneira correta ”, afirma.
Brech analisou também implicações da osteoporose no organismo feminino, como a cifose toráxica e a redução de vitamina D (veja infográfico no início da matéria). “ Não notei muitas alterações, o que mostra um resultado positivo em relação à cifose, que poderia também ser agravada nas mulheres que têm a doença e incomoda muito os idosos”, destaca.
NA JUVENTUDE
Há casos de mulheres jovens que precisam tomar os mesmos cuidados que as idosas comrelaçãoa taxas hormonais e cuidados comos ossos. O maior afetado é o estrogênio, que age sobre o crescimento das células, influenciando no tamanho demúsculos, glândulas, quadril, coxas, entre outras partes do corpo.
“Existem casos de mulheres de 20 a 30 anos que têm uma deficiência ovariana, que também altera a produção do estrogênio. Nesse caso elas também precisam fazer a reposição hormonal”, destacao ginecologista Rosires Pereira de Andrade.