“A conclusão é de que não se deve ignorar as queixas dos pacientes sobre o impacto do estresse na saúde porque elas podem indicar um aumento do risco de doenças cardíacas”, avaliou Hermann Nabi, chefe da equipe do Inserm que participou do estudo. A pesquisa foi realizada com 7.628 trabalhadores britânicos. Foram analisadas a ocorrência de tabagismo, o consumo de álcool, o tipo de alimentação, a idade e a situação socioeconômica dos voluntários, que também foram questionados sobre o nível de tensão.
Aqueles que disseram se sentir “muito afetados” e “extremamente afetados” pelo estresse, após avaliados clinicamente, apresentaram um risco 2,12 vezes maior do que o restante dos participantes de morrer de parada cardíaca. Os cientistas descobriram também que a associação entre o risco de ataque do coração e a percepção do estresse se mantinha com o desaparecimento de outros fatores de risco, tanto biológicos (hipertensão ou diabetes), quanto psicológicos ou de comportamento.
Os pesquisadores ressaltaram que a capacidade de lidar com o estresse é muito individualizada em função das relações pessoais e profissionais vividas pela pessoa que enfrenta o problema. Ainda assim, a amplitude do transtorno é universal, já que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o estresse, nas variadas formas, atinge cerca de 90% da população global e os ataques cardíacos estão entre as principais causas de morte no mundo.