O pesquisador queria descobrir se era possível fazer algo para mudar esse cenário. Ele acompanhou ao longo de dois anos 110 voluntários idosos divididos em três grupos: os que já se exercitavam regularmente havia alguns anos, os que estavam começando a fazer atividade física e os sedentários.
A ideia era aplicar a vacina e observar a resposta do sistema imunológico. Amostras de sangue foram coletadas antes e 30 dias após a vacinação. Em um primeiro momento, o grupo mais ativo teve o melhor desempenho, chegando a apresentar quantidade de anticorpos 200% maior. O segundo grupo, porém, não tardou a mostrar melhora. Quatro meses após iniciados os exercícios - por pelo menos uma hora, três vezes por semana -, a produção de anticorpos já era 50% maior. Um ano depois, assemelhava-se à dos idosos mais ativos.
“No envelhecimento, há uma diminuição da resposta do sistema imunológico”, explica o pesquisador. É por isso que alguns idosos, apesar de tomarem a vacina, de vez em quando pegam a gripe. O que não significa que não vale a pena tomar a vacina. Ela continua sendo importante porque é uma estratégia para reestimular o sistema imune. Mas não é em todo mundo que vai dar certo. Na média da população, a cada cem idosos, metade estará protegida.”
O efeito da atividade física para inverter esse quadro foi testemunhado pela voluntária Anadira de Freitas Nomi, de 66 anos que começou a fazer academia na pesquisa e continua até hoje.
Ela lembra que sempre tomava a vacina, mas virava e mexia ficava gripada ou resfriada, fora as dores no corpo causadas por uma artrite reumatoide. “Não pego mais nem resfriado. Tudo melhorou. Antes nem conseguia escovar o cabelo de tanta dor no ombro.”
“O mais bacana é que apenas um ano após começar os exercícios há um ganho do sistema imunológico. Ou seja, quem começar agora já vai se beneficiar melhor da campanha de vacinação do ano que vem”, diz Bachi.