O que o brasileiro faz diante de sintomas de doenças intestinais? Segundo pesquisa realizada em seis capitais em março, quase nada: diante da dor abdominal, 46% preferem se automedicar; diarreia frequente, 61% se automedicam ou tomam remédios caseiros; sangue nas fezes, 39% preferem “esperar passar”. Para conscientizar sobre esse comportamento perigoso, a Associação Mineira dos Portadores de Doenças Inflamatórias Intestinais (AMDII) faz neste domingo (19) uma campanha na Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, entre 9h e 14h.
Com o mote “Seu intestino mudou?”, a ação alerta sobre as principais enfermidades inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn e Retocolite. A campanha associa a DII a um quebra-cabeça de sintomas – juntando as peças, tem-se o diagnóstico correto. Diarreia contínua, às vezes com sangue nas fezes, dor abdominal, quando associados a cansaço e perda de peso podem ser sinais de alerta. Nos casos mais graves, esses problemas podem levar à incapacitação física e à necessidade de cirurgia no intestino e reto, mas são praticamente desconhecidas da maioria dos brasileiros.
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As Doenças Inflamatórias Intestinais formam um grupo de doenças inflamatórias crônicas, ainda de causa desconhecida, envolvendo o aparelho digestivo. São dois grupos principais, Retocolite Ulcerativa e Doença de Crohn. Apesar da origem desconhecida, sabe-se que pode haver predisposição genética e que o meio ambiente exerce papel importante.
Pesquisa realizada pela Organização Europeia de Doença de Chron e de Retocolite Ulcerativa (ECCO) e divulgada em fevereiro de 2013 revela que as Doenças Inflamatórias Intestinais cresceram 15 vezes nas últimas décadas nos grandes centros urbanos.
As doenças afetam homens e mulheres indistintamente e o diagnóstico acontece geralmente por volta dos 30 anos de idade. Segundo a pesquisa europeia, 10 anos após o diagnóstico, 53% dos pacientes serão hospitalizados e 44% serão afastados de seu trabalho em decorrência da doença. De 20% a 25% das pessoas com uma DII apresentam os sintomas de forma contínua e, mesmo com o acompanhamento médico, de 30% a 40% dos pacientes apresentam algum tipo de complicação entre 10 a 15 anos depois do diagnóstico. Em cerca de 40% dos pacientes, além dos problemas intestinais, as DII podem afetar os olhos, a pele e as articulações.
A Doença de Crohn envolve o intestino delgado (íleo) em 30% dos pacientes e a região ileocecal em 40% dos casos, enquanto a retocolite ulcerativa restringe-se ao cólon. Quando a doença está ativa (em crise), a mucosa intestinal torna-se maciçamente infiltrada por células inflamatórias e é afetada por microúlceras.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito com base no histórico clinico dos pacientes, exames de sangue e de imagem. O tratamento inclui alteração de hábitos (como parar de fumar e adoção de dieta saudável) e medicamentos para controle da doença. Para mais informações, acesse o site do GEDIIB www.gediib.org.br ou www.seuintestinomudou.com.br