No caso de Leandro, estudante do 1.º ano do ensino médio de uma escola de elite de São Paulo, a punição pelo seu pileque só não ocorreu porque os pais não ficaram sabendo o que aconteceu. “Nesse último fim de semana, estava na casa de um amigo e estávamos brincando com um jogo de tabuleiro, em que quem perdia tinha de beber vodka com refrigerante. Foi assim que fiquei bêbado”, conta Leandro. Segundo o jovem, seus pais “bebem pouco”.
Essa situação ilustra outro dado para o qual a professora da Unifesp chama atenção. “Mesmo aquele jovem que tem pais que não enchem a cara, se tiver experimentado a bebida precocemente de alguma outra forma, tende a adquirir o hábito da bebida”, afirma Zila.
Alguns pais apostam em orientar as crianças desde cedo. “Quando saio com amigos e levo o meu filho de 4 anos, explico que cerveja é para adultos. E ele não questiona. Prefere tomar o suquinho dele”, diz a cineasta Carolina Pedrosa, de 29 anos.
Bares
A psicóloga Ilana Pinsky, vice-presidente da Associação Brasileira de Estudo de Álcool e Drogas(Abead)recomenda, no entanto, que os pais prefiram não levar seus filhos a bares, especialmente os mais movimentados. “Levar menores de idade à bares na Vila Madalena, em São Paulo, por exemplo, não dá. São locais inadequados para as crianças”, diz Ilana.
O educador audiovisual Marcos Amorim, pai de três filhos menores de 12 anos - um deles de 9 -, é mais radical, tentando eliminar o hábito de consumir socialmente o álcool. “Resolvi dar uma segurada na bebida. Hoje me considero praticamente um abstêmio. Estou fazendo isso pelos meus filhos”, afirma.