

O Erica é coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e financiado pelo Ministério da Saúde. Em Minas, o projeto é desenvolvido em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A professora do Departamento de Pediatria e coordenadora da pesquisa no estado, Cristiane de Freitas, explica que o Erica também quer conhecer a proporção de adolescentes com diabetes mellitus e obesidade.
A equipe é multidisciplinar, composta de médicos, nutricionistas, enfermeiros, educadores físicos, odontólogos e fisioterapeutas. Em 2013, o foco será nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. Em 2014, as equipes partem para as regiões nordeste e norte.
Cartilha

Segundo a pediatra, a obesidade, cada vez mais comum, é a maior vilã, alimentada principalmente pelo consumo de alimentos industrializados e pela redução de atividades físicas e horas de sono. Ela também lembra que, além dos fatores sociais e ambientais, a genética pode ser um indicativo de risco cardiovascular. No site do Erica, é possível fazer uma avaliação preliminar do estado nutricional, no item Cheque sua Saúde: www.erica.ufrj.br/exame
O Erica
De acordo com a professora da UFMG, o Erica não é apenas um estudo para verificar a prevalência dos doenças entre os adolescentes. “Também queremos aproximar os jovens da atenção primária à saúde e vice-versa, sem críticas. Além dos dados coletados, o estudo vai provocar efeitos secundários muito positivos, como ampliar o diálogo entre escolas, pais e alunos sobre saúde e chamar a atenção para a relação do adolescente com seus hábitos”, afirma.
Os dados coletados permitirão reunir características físicas na população brasileira de 12 a 17 anos como peso, altura, pressão arterial e circunferência da cintura, o que será importante para diversas outros estudos no futuro. A população de pesquisa corresponde ao conjunto de adolescentes matriculados em escolas dos 273 municípios com 100 mil habitantes ou mais de todo o Brasil.

Resultados prévios
Entre abril e junho de 2012, foi realizado um estudo piloto com adolescentes de cinco cidades: Rio de Janeiro (RJ), Cuiabá (MT), Feira de Santana (BA), Campinas (SP) e Botucatu (SP). Foram avaliadas 1136 pessoas, e os resultados já são suficientes para um alerta: 20% apresentaram sobrepeso e 10% obesidade, ou seja, 30% têm excesso de peso. Além disso, 12% dos adolescentes tiveram pressão arterial limítrofe e 10% pressão arterial elevada.
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Veja alguns dos resultados e observe se eles podem estar se repetindo na sua casa ou com seus amigos:
- A presença de computador com internet em casa foi mencionada por 78% dos adolescentes.
-Sobre os hábitos alimentares, aproximadamente 20% dos adolescentes relataram não tomar café da manhã e 28% tomam café da manhã às vezes.
-Apenas 34% dos adolescentes relataram que almoçam com os pais/responsáveis todos os dias e 45% que jantam com seus pais/responsáveis diariamente.
-Cerca de 30% dos adolescentes almoçam e jantam assistindo TV todos os dias e 85% dos adolescentes comem “petisco” assistindo TV.
-Aproximadamente 50% dos adolescentes passam mais de 3 horas por dia em frente ao computador, videogame ou televisão, sendo que destes, 10% relataram passar mais de 7 horas por dia.
-Cerca de 20% dos adolescentes estudados já iniciaram sua atividade sexual, sendo que esse percentual foi de 13% para as meninas e de 27% para os meninos.
-Com relação à saúde bucal, quase 50% dos adolescentes relataram não fazer uso do fio dental para higienização dos dentes.
-Com relação à prática de atividade física, 11% dos adolescentes não praticam nenhuma atividade, enquanto 33% praticam pelo menos uma e 20% pelo menos duas atividades físicas por semana.
-Do total de adolescentes avaliados, aproximadamente 16% relataram já ter experimentado cigarros, mas apenas 2% dizem que fumam atualmente. Cerca de 26% ficam em contato com a fumaça de cigarros na casa onde moram e 45% dos adolescentes têm contato com a fumaça fora de casa.
-Cerca de 54% dos adolescentes já experimentaram ou ingeriram bebida alcoólica, sendo que 9% destes relatam não ter bebido mais do que alguns goles. Nos últimos 30 dias, 14% dos adolescentes declararam ter ingerido bebida alcoólica 1 ou 2 dias, sendo que 3,2% ingeriram 5 ou mais doses. Os tipos de bebidas mais consumidos são cerveja, ice e drinques à base de tequila, vodka ou rum.
-Em relação à duração das horas de sono, retirando-se algumas respostas extremas (menos de 3h ou mais do que 14h), cerca de 5,5% dos adolescentes disseram dormir menos de 6h por noite e 13% mais de 10h.
