A pesquisa é considerada a primeira comparação de larga escala com tratamentos de primeira linha para crianças soropositivas e pode ter um impacto na assistência a países mais pobres, onde vive a maioria dessas crianças.
A investigação mostra que o tratamento inicial com Efavirenz foi mais eficiente do que com Nevirapina, na supressão do vírus da Aids, em crianças entre 3 e 16 anos.
O estudo, realizado com mais de 800 crianças, foi conduzido pelo Children's Hospital of Philadelphia, a Perelman School of Medicine, na Universidade da Pensilvânia, e o Botswana-Baylor Children's Clinical Center of Excellence.
Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda ambos os medicamentos em regiões carentes, como a África sub-saariana, que concentra mais de 90% das cerca de 3 milhões de crianças com HIV no mundo.
"Porque o Nevirapina custa menos do que o Efavirenz e está mais disponível nas formulações pediátricas, ele é, hoje, a escolha mais frequente", afirmou a principal autora do estudo, Elizabeth Lowenthal, do Children's Hospital of Philadelphia.
"Nosso estudo sugere, porém, que o Efavirenz produz melhores resultados", acrescentou.
Outro autor da pesquisa, Robert Gross, da Perelman School of Medicine, afirmou que, dadas as evidências, "é muito razoável ajustar as diretrizes do tratamento pediátrico".
Vários estudos anteriores mostraram que o Efavirenz é mais eficaz em adultos, o que levou à sua recomendação em detrimento da Nevirapina em diversos países.
A Nevirapina é produzida pelo laboratório Boehringer Ingelheim, enquanto o Efavirenz é comercializado nos EUA pelo Bristol-Myers, com o nome Sustiva.