Aplicativos para Androids e Iphones hoje disponibilizam serviços que ultrapassam em muito a mera marcação de dias do período. O que não falta no mercado são programas que levam em conta as singularidades de cada mulher, como fluxo, dores e mudanças de humor. O resultado é um aplicativo que é a cara da dona e ainda a ajuda a conhecer melhor o próprio corpo.
Dá para registrar, por exemplo, quando e com qual intensidade as cólicas começaram a aparecer ou quando o humor começa a mudar e como ele varia ao longo do mês – além de diversos outros sintomas. Eles também calculam o tempo médio do ciclo das usuárias e informam as próximas datas importantes do calendário – como dia fértil, ovulação e data da próxima menstruação.
“Esses aplicativos começaram como brincadeiras, de maneira bem simples servindo para fazer cálculos matemáticos, sem interação com a mulher. Depois eles ficaram mais inteligentes e pessoais. Algumas ferramentas mais novas permitem até a customização, com alarmes e lembretes para medicamentos. Hoje temos dos mais simples aos mais complexos e até laboratórios norte-americanos já estão fornecendo softwares desse tipo”, comenta o especialista em tecnologia, José Lúcio Balbi de Mello.
Com eles ficou bem mais fácil “mapear” o perfil da mulher, uma vez que eles ajudam a responder muitas perguntas que frequentemente aparecem nos consultórios ginecológicos. “Minhas pacientes usam muito e gostam, justamente porque ele ajuda a preparar o período fértil e saber como está andando o ciclo. Eles também me ajudam muito a saber o que acontece com as pacientes então, como ginecologista, eu recomendo”, destaca a médica especialista em fertilidade, Rivia Mara Lamaita.
Para a ginecologista, muitos dos serviços disponibilizados pelos aplicativos são fundamentais na hora das consultas e diagnósticos de doenças. “Saber qual a regularidade da menstruação, o dia em que ela desce, se antes ou depois dela é produzido escape ou sangramento, a quantidade e duração do fluxo: tudo isso é muito importante e isso pode ser notado quando você controla o ciclo em um calendário”.
Além do fator prático, Lamaita acredita que os aplicativos podem ajudar as mulheres a se conhecerem melhor. “Antigamente a gente tinha que usar calendários, anotar, fazer planilha. Hoje em dia um smartfone é disponível para a maioria e permite o controle de informações em qualquer situação. Eles ainda ajudam a mulher a conhecer ainda mais seu organismo e notar se o que está sentindo está dentro do normal”, comenta. A única desvantagem, na opinião dela, é a ansiedade que pode vir do acompanhamento de perto do ciclo menstrual. “Principalmente em quem está tentando engravidar”, completa.
Quem procura por opções de aplicativos vai ter trabalho. Segundo o especialista em tecnologia, a quantidade de softwares oferecendo o serviço é tanta que os aplicativos de referência ainda devem demorar, no mínimo, mais três meses para se consolidarem. “Acreditamos que o que irá determinar os melhores aplicativos são os diferenciais que eles têm, como serviços e interatividade. Ou seja, todos aqueles que deixarem de ser só a tabelinha e passarem a entender as peculiaridades de cada mulher”, afirma.