Em menos de uma hora, o que era asfalto vira terra, as centenas de carros perdem espaço para as árvores e as buzinas frenéticas são silenciadas pelo som dos pássaros. É assim que começam os fins de semana da dentista Renata Tavares, de 30 anos. Apaixonada por escalada desde 2009, ela acorda aos sábados decidida a deixar Belo Horizonte no retrovisor e seguir para onde quer que haja uma pedra que a desafie. “Sinto dor, o cansaço físico bate, mas a cabeça é outra. Mais tranquila, mais leve”, conta.
A sensação de fadiga que abate o corpo, mas que purifica a alma, é compartilhada por aventureiros de todos os estilos e esportes. A busca por esse fim é constante e, para alcançá-lo, nada melhor do que uma boa “escapada” de fim de semana rumo aos arredores privilegiados de Belo Horizonte. Montanhas, cachoeiras, trilhas, grutas e rios estão à disposição dos mineiros a poucos minutos da capital e oferecem um verdadeiro playground para os aficionados por esportes ao ar livre.
Os benefícios para a mente são infindáveis. Pesquisas já revelaram que exercícios realizados em contato com a natureza reduzem a ansiedade e são mais revigorantes. Estudiosos da Universidade de Essex, na Inglaterra – que mantém uma divisão dedicada aos chamados exercícios verdes – já demonstraram que, além do bem-estar mental, atividades externas melhoram a autoestima e contribuem para a redução de sentimentos negativos, a começar pela raiva e a tensão.
Levar a cabeça para lugares distantes da correria diária e dos problemas corriqueiros também funciona como uma verdadeira recarga das baterias, que ficam prontas para a retomada na segunda-feira. Os desafios físicos e mentais e as conquistas de uma nova aventura transportam os praticantes para outra atmosfera e ainda garantem satisfação pessoal.
A paixão, que começa como uma simples curiosidade muitas vezes apresentada pelos amigos, também traz ganhos para o corpo, entre eles a prevenção de doenças. E tem mais. Quem começa como um mero “atleta de fim de semana”, dificilmente mantém a rotina levada a cabo antes da primeira trilha, escalada ou voo. “Antes não tinha o costume de praticar esportes e não fazia nenhuma atividade física. Agora, treino na academia durante a semana para ir para a pedra no sábado”, conta Renata.
Sem contar a alimentação, que passou a ser priorizada. “Não posso escalar pesada. Antes não me preocupava com isso, mas mudei. Como mais frutas, por exemplo”, afirma a dentista, que já alcançou o 8º grau de dificuldade na pedra em uma escala que pode chegar a 11. Tudo para garantir um bom desempenho no que, para muitos, é mais que um hobby: virou um estilo de vida.
Pura adrenalina
Desgaste, estresse e cansaço provocados pela intensa rotina diária dão lugar a sensações de prazer, bem-estar e energia que as atividades esportivas junto à natureza proporcionam
Cinco horas que mais se parecem 10 minutos. É essa a sensação que o empresário Everaldo Batalha, de 42 anos, tem quando está voando de parapente. Com a concentração totalmente voltada para o equipamento, ele fica em verdadeiro estado de transe. “Isolo-me e só penso nisso. Esqueço de todos os problemas, preocupações, cotidiano, trânsito. Quando chego no chão, estou diferente de quando saí”, garante. Ele brinca que a ruguinha na testa que o acompanha na saída dá lugar a um grande sorriso no momento do pouso.
A cada semana, são três ou quatro novas decolagens, a maioria aos sábados e domingos. As mudanças que cada uma delas trouxe ao esportista foram responsáveis pela guinada que deu em sua vida. “Acredito que boa parte da decisão que tomei de montar a minha empresa foi motivada pelo esporte. O parapente me deu mais confiança”, explica. Habituado a lidar com os riscos inerentes à atividade, ele reconhece que a mesma habilidade passou a ser aplicada no dia a dia. “Tenho que tomar decisões rápidas no voo e faço o mesmo na minha rotina”, conta.
A adrenalina é um dos principais atrativos para quem coloca o pé na estrada nos fins de semana em direção ao mato. “Algumas pessoas precisam dessa adrenalina para se sentir melhores e alcançar uma sensação de prazer. E os benefícios são inúmeros”, garante a coordenadora de psicologia do Centro Universitário Newton Paiva, Merie Bitar Moukachar. O desgaste, cansaço e muitas vezes estresse acumulado ao longo da semana encontram vazão nessas atividades. “A descarga que esse tipo de exercício provoca, mesmo que seja uma caminhada, traz um bem-estar psíquico grande. Do ponto de vista orgânico e biológico, além da adrenalina passa-se a produzir também mais endorfina”, pontua a especialista.
Essa liberação de hormônios que trazem prazer foi o principal interesse do publicitário Luiz Filipe Penido, de 30. Ele sempre gostou de fazer trekking, escalada e agora se dedica ao rapel com dois primos. “Sempre gostamos muito de viajar. Mesmo sem rumo. Só de pegar a estrada já estava bom. Resolvemos aliar isso à prática de esportes”, conta. E não é preciso um feriado prolongado para levá-los até o Sul de Minas. Um sábado basta. “Já fomos e voltamos de Monte Verde no mesmo dia. Lá conhecemos a cidade e praticamos tirolesa”, lembra Luiz Filipe. Pelo menos uma vez por mês eles tentam repetir a dose. “Parece clichê, mas a renovação física e mental é grande. Há benefícios também para o condicionamento e até para a respiração”, pontua o publicitário.
PARCIMÔNIA
Mas é preciso cautela. Assim como qualquer outro exercício físico, atividades realizadas nos fins de semana também exigem acompanhamento médico. “Quando não se está bem fisicamente, a pessoa pode estar colocando sua saúde em risco. Isso porque pode ter doença coronariana, hipertensão ou diabetes e ainda não ter sido diagnosticada”, alerta o presidente da Sociedade Mineira de Medicina do Exercício e do Esporte (Smexe), Marconi Gomes da Silva. Testes ergométricos e um eletrocardiograma seriam indicados mesmo para quem só se exercita aos sábados e domingos.
É preciso também evitar o rótulo de atleta de fim de semana. As trilhas, escaladas e voos que só podem ser feitos aos sábados não devem ser o fim, mas apenas o começo para uma mudança completa na rotina alimentar e de exercícios, assim como fez a dentista Renata Tavares. “Existem alguns estudos que mostram que a atividade no fim de semana tem algum valor, mas não basta. Pode ser, sim, um ponto de partida”, observa Marconi. “São excelentes alertas para que os futuros praticantes percebam a necessidade de privilegiar um bom condicionamento físico e, dessa forma, conseguir realizar esses esportes de forma mais prazerosa e segura”, acrescenta.
Forma de socialização
Esportes junto à natureza atraem famílias e grupos de amigos que se unem em torno da mesma paixão
Verdadeiras tribos se formam entre aqueles que compartilham interesses e objetivos comuns. E não poderia ser diferente nos esportes radicais. Grupos de jipeiros que se encontram em bares da capital para programar a próxima trilha, ciclistas que estendem as pedaladas de fim de semana para as ruas, grupos de escalada que buscam as principais regiões de formação rochosa e eventos de voo livre reúnem verdadeiras famílias em torno da paixão, que é semelhante a todos.
Família que a advogada Poliana Figueiredo, de 29 anos, começou a formar em cima da bicicleta. Na tentativa de se livrar das consequências que o estresse causava em sua vida, ela resolveu se mexer. “Em 2009, comecei a sentir muito cansaço físico, falta de ar e taquicardia. Procurei um cardiologista e, depois de uma bateria de exames, ele disse que se o estresse pudesse ser medido em níveis, de um a cinco, o meu seria seis”, lembra. Empenhada em fazer algo que desse prazer, depois da tentativa frustada de ir para a academia, ela não pensou duas vezes e recorreu à magrela.
Começou sozinha, mas logo resolveu pesquisar sobre os grupos de ciclistas da capital. Não demorou a encontrar o Mountain Bike BH, que tem entre os administradores o bancário Vinícius Mundim. “Trocamos e-mail para marcar uma pedalada e nos encontramos em um fim de semana com outros amigos dele. No primeiro dia começamos a namorar”, conta Poliana. O namoro virou casamento, que este mês completa um ano.
A coordenadora da clínica de psicologia do Centro Universitário Newton Paiva, Merie Bitar Moukachar, lembra que atividades coletivas atendem uma demanda inerente ao ser humano. “As pessoas precisam estar em grupo e isso faz bem”, observa. A paixão de Poliana pelo esporte também deu outros frutos. Há dois anos, ela e outras amigas criaram o grupo Pedal de Salto Alto, que reúne mulheres em percursos pela cidade. “Convidamos sete amigas e essas por sua vez chamaram mais pessoas. No primeiro passeio foram 24 meninas debaixo de uma chuva torrencial, uma experiência muito bacana”, lembra.
NA ESTRADA
Foi por meio das trilhas, dos jipes atolados e até capotados que o corretor de seguros Guilherme Carvalho Soares, de 38, criou uma extensa rede de amigos. “É uma forma de socialização que vai além de Belo Horizonte. Tenho contato com pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Fazemos inclusive intercâmbio de trilhas”, conta Guilherme. Um fim de semana é suficiente para ele pegar o jipe e ir até São Paulo fazer um percurso na Serra da Cantareira.
Sábado sim, sábado não, religiosamente, ele deixa Belo Horizonte em direção a Nova Era. Para chegar lá, passa por 160 quilômetros, boa parte de estrada de terra. Geralmente, os filhos Bernardo, de 8, e Catarina, de 4, e mais esporadicamente a mulher, Julianne Maluf, o acompanham e já viraram verdadeiros “zequinhas” (como são chamados os navegadores). “É importante a família participar e é uma oportunidade para mostrar aos meus filhos o lado regional da cidade por onde passamos. Além disso, eles têm maior contato com a natureza e aprendem brincando”, conta. A possibilidade de ter os filhos sempre juntos em uma atividade de lazer que integra a família é mais um ponto a favor da atividade off road.
SOLIDARIEDADE
Além do bem-estar físico e mental, Guilherme conta que as ações sociais realizadas por meio do jipe ajudam a torná-lo uma pessoa mais completa. “Faço parte de uma brigada 4X4 que auxilia o poder público em situações de calamidade, como as enchentes que ocorreram na Zona da Mata”, conta. Com uma equipe de amigos, o corretor de seguros ajudou a levar alimentos a cidades onde o Exército não conseguia chegar. “O retorno emocional não tem preço”, garante.
Poliana Figueiredo também deu maior significado ao grupo Pedal de Salto Alto, que não hesita em ajudar o próximo. “Poder unir uma prática de lazer com a iniciativa de ajudar outras pessoas não pode trazer satisfação maior.” Além de arrecadar agasalhos, o Pedal de Salto Alto ajuda em situações de catástrofe climática, como chuvas, e já fez inclusive ações solidárias durante o Natal.
Xô, estresse!
Saia de casa, e sinta os benefícios:
movimentam o corpo.
vale para adultos.
A sensação de fadiga que abate o corpo, mas que purifica a alma, é compartilhada por aventureiros de todos os estilos e esportes. A busca por esse fim é constante e, para alcançá-lo, nada melhor do que uma boa “escapada” de fim de semana rumo aos arredores privilegiados de Belo Horizonte. Montanhas, cachoeiras, trilhas, grutas e rios estão à disposição dos mineiros a poucos minutos da capital e oferecem um verdadeiro playground para os aficionados por esportes ao ar livre.
Os benefícios para a mente são infindáveis. Pesquisas já revelaram que exercícios realizados em contato com a natureza reduzem a ansiedade e são mais revigorantes. Estudiosos da Universidade de Essex, na Inglaterra – que mantém uma divisão dedicada aos chamados exercícios verdes – já demonstraram que, além do bem-estar mental, atividades externas melhoram a autoestima e contribuem para a redução de sentimentos negativos, a começar pela raiva e a tensão.
Levar a cabeça para lugares distantes da correria diária e dos problemas corriqueiros também funciona como uma verdadeira recarga das baterias, que ficam prontas para a retomada na segunda-feira. Os desafios físicos e mentais e as conquistas de uma nova aventura transportam os praticantes para outra atmosfera e ainda garantem satisfação pessoal.
A paixão, que começa como uma simples curiosidade muitas vezes apresentada pelos amigos, também traz ganhos para o corpo, entre eles a prevenção de doenças. E tem mais. Quem começa como um mero “atleta de fim de semana”, dificilmente mantém a rotina levada a cabo antes da primeira trilha, escalada ou voo. “Antes não tinha o costume de praticar esportes e não fazia nenhuma atividade física. Agora, treino na academia durante a semana para ir para a pedra no sábado”, conta Renata.
Sem contar a alimentação, que passou a ser priorizada. “Não posso escalar pesada. Antes não me preocupava com isso, mas mudei. Como mais frutas, por exemplo”, afirma a dentista, que já alcançou o 8º grau de dificuldade na pedra em uma escala que pode chegar a 11. Tudo para garantir um bom desempenho no que, para muitos, é mais que um hobby: virou um estilo de vida.
Pura adrenalina
Desgaste, estresse e cansaço provocados pela intensa rotina diária dão lugar a sensações de prazer, bem-estar e energia que as atividades esportivas junto à natureza proporcionam
Cinco horas que mais se parecem 10 minutos. É essa a sensação que o empresário Everaldo Batalha, de 42 anos, tem quando está voando de parapente. Com a concentração totalmente voltada para o equipamento, ele fica em verdadeiro estado de transe. “Isolo-me e só penso nisso. Esqueço de todos os problemas, preocupações, cotidiano, trânsito. Quando chego no chão, estou diferente de quando saí”, garante. Ele brinca que a ruguinha na testa que o acompanha na saída dá lugar a um grande sorriso no momento do pouso.
A cada semana, são três ou quatro novas decolagens, a maioria aos sábados e domingos. As mudanças que cada uma delas trouxe ao esportista foram responsáveis pela guinada que deu em sua vida. “Acredito que boa parte da decisão que tomei de montar a minha empresa foi motivada pelo esporte. O parapente me deu mais confiança”, explica. Habituado a lidar com os riscos inerentes à atividade, ele reconhece que a mesma habilidade passou a ser aplicada no dia a dia. “Tenho que tomar decisões rápidas no voo e faço o mesmo na minha rotina”, conta.
A adrenalina é um dos principais atrativos para quem coloca o pé na estrada nos fins de semana em direção ao mato. “Algumas pessoas precisam dessa adrenalina para se sentir melhores e alcançar uma sensação de prazer. E os benefícios são inúmeros”, garante a coordenadora de psicologia do Centro Universitário Newton Paiva, Merie Bitar Moukachar. O desgaste, cansaço e muitas vezes estresse acumulado ao longo da semana encontram vazão nessas atividades. “A descarga que esse tipo de exercício provoca, mesmo que seja uma caminhada, traz um bem-estar psíquico grande. Do ponto de vista orgânico e biológico, além da adrenalina passa-se a produzir também mais endorfina”, pontua a especialista.
Essa liberação de hormônios que trazem prazer foi o principal interesse do publicitário Luiz Filipe Penido, de 30. Ele sempre gostou de fazer trekking, escalada e agora se dedica ao rapel com dois primos. “Sempre gostamos muito de viajar. Mesmo sem rumo. Só de pegar a estrada já estava bom. Resolvemos aliar isso à prática de esportes”, conta. E não é preciso um feriado prolongado para levá-los até o Sul de Minas. Um sábado basta. “Já fomos e voltamos de Monte Verde no mesmo dia. Lá conhecemos a cidade e praticamos tirolesa”, lembra Luiz Filipe. Pelo menos uma vez por mês eles tentam repetir a dose. “Parece clichê, mas a renovação física e mental é grande. Há benefícios também para o condicionamento e até para a respiração”, pontua o publicitário.
PARCIMÔNIA
Mas é preciso cautela. Assim como qualquer outro exercício físico, atividades realizadas nos fins de semana também exigem acompanhamento médico. “Quando não se está bem fisicamente, a pessoa pode estar colocando sua saúde em risco. Isso porque pode ter doença coronariana, hipertensão ou diabetes e ainda não ter sido diagnosticada”, alerta o presidente da Sociedade Mineira de Medicina do Exercício e do Esporte (Smexe), Marconi Gomes da Silva. Testes ergométricos e um eletrocardiograma seriam indicados mesmo para quem só se exercita aos sábados e domingos.
É preciso também evitar o rótulo de atleta de fim de semana. As trilhas, escaladas e voos que só podem ser feitos aos sábados não devem ser o fim, mas apenas o começo para uma mudança completa na rotina alimentar e de exercícios, assim como fez a dentista Renata Tavares. “Existem alguns estudos que mostram que a atividade no fim de semana tem algum valor, mas não basta. Pode ser, sim, um ponto de partida”, observa Marconi. “São excelentes alertas para que os futuros praticantes percebam a necessidade de privilegiar um bom condicionamento físico e, dessa forma, conseguir realizar esses esportes de forma mais prazerosa e segura”, acrescenta.
Forma de socialização
Esportes junto à natureza atraem famílias e grupos de amigos que se unem em torno da mesma paixão
Verdadeiras tribos se formam entre aqueles que compartilham interesses e objetivos comuns. E não poderia ser diferente nos esportes radicais. Grupos de jipeiros que se encontram em bares da capital para programar a próxima trilha, ciclistas que estendem as pedaladas de fim de semana para as ruas, grupos de escalada que buscam as principais regiões de formação rochosa e eventos de voo livre reúnem verdadeiras famílias em torno da paixão, que é semelhante a todos.
Família que a advogada Poliana Figueiredo, de 29 anos, começou a formar em cima da bicicleta. Na tentativa de se livrar das consequências que o estresse causava em sua vida, ela resolveu se mexer. “Em 2009, comecei a sentir muito cansaço físico, falta de ar e taquicardia. Procurei um cardiologista e, depois de uma bateria de exames, ele disse que se o estresse pudesse ser medido em níveis, de um a cinco, o meu seria seis”, lembra. Empenhada em fazer algo que desse prazer, depois da tentativa frustada de ir para a academia, ela não pensou duas vezes e recorreu à magrela.
Começou sozinha, mas logo resolveu pesquisar sobre os grupos de ciclistas da capital. Não demorou a encontrar o Mountain Bike BH, que tem entre os administradores o bancário Vinícius Mundim. “Trocamos e-mail para marcar uma pedalada e nos encontramos em um fim de semana com outros amigos dele. No primeiro dia começamos a namorar”, conta Poliana. O namoro virou casamento, que este mês completa um ano.
A coordenadora da clínica de psicologia do Centro Universitário Newton Paiva, Merie Bitar Moukachar, lembra que atividades coletivas atendem uma demanda inerente ao ser humano. “As pessoas precisam estar em grupo e isso faz bem”, observa. A paixão de Poliana pelo esporte também deu outros frutos. Há dois anos, ela e outras amigas criaram o grupo Pedal de Salto Alto, que reúne mulheres em percursos pela cidade. “Convidamos sete amigas e essas por sua vez chamaram mais pessoas. No primeiro passeio foram 24 meninas debaixo de uma chuva torrencial, uma experiência muito bacana”, lembra.
NA ESTRADA
Foi por meio das trilhas, dos jipes atolados e até capotados que o corretor de seguros Guilherme Carvalho Soares, de 38, criou uma extensa rede de amigos. “É uma forma de socialização que vai além de Belo Horizonte. Tenho contato com pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Fazemos inclusive intercâmbio de trilhas”, conta Guilherme. Um fim de semana é suficiente para ele pegar o jipe e ir até São Paulo fazer um percurso na Serra da Cantareira.
Sábado sim, sábado não, religiosamente, ele deixa Belo Horizonte em direção a Nova Era. Para chegar lá, passa por 160 quilômetros, boa parte de estrada de terra. Geralmente, os filhos Bernardo, de 8, e Catarina, de 4, e mais esporadicamente a mulher, Julianne Maluf, o acompanham e já viraram verdadeiros “zequinhas” (como são chamados os navegadores). “É importante a família participar e é uma oportunidade para mostrar aos meus filhos o lado regional da cidade por onde passamos. Além disso, eles têm maior contato com a natureza e aprendem brincando”, conta. A possibilidade de ter os filhos sempre juntos em uma atividade de lazer que integra a família é mais um ponto a favor da atividade off road.
SOLIDARIEDADE
Além do bem-estar físico e mental, Guilherme conta que as ações sociais realizadas por meio do jipe ajudam a torná-lo uma pessoa mais completa. “Faço parte de uma brigada 4X4 que auxilia o poder público em situações de calamidade, como as enchentes que ocorreram na Zona da Mata”, conta. Com uma equipe de amigos, o corretor de seguros ajudou a levar alimentos a cidades onde o Exército não conseguia chegar. “O retorno emocional não tem preço”, garante.
Poliana Figueiredo também deu maior significado ao grupo Pedal de Salto Alto, que não hesita em ajudar o próximo. “Poder unir uma prática de lazer com a iniciativa de ajudar outras pessoas não pode trazer satisfação maior.” Além de arrecadar agasalhos, o Pedal de Salto Alto ajuda em situações de catástrofe climática, como chuvas, e já fez inclusive ações solidárias durante o Natal.
Xô, estresse!
Saia de casa, e sinta os benefícios:
- Produção de vitamina D
- Felicidade
- Exercícios físicos
movimentam o corpo.
- Concentração
vale para adultos.
- Saúde