Das serras mineiras jorram as águas que matam a sede e geram vida

O cenário de grande beleza inclui grandes paredões de rocha, vales verdes, montanhas e quedas d'água

por Carlos Altman Mateus Parreiras 28/04/2017 07:00
Leandro Couri/EM
Nascente do rio São Francisco, na Serra da Canastra (foto: Leandro Couri/EM)
De um filete d’água no alto de uma serra em São Roque de Minas, na Região Sudoeste do estado, o mais famoso rio do Brasil – o São Francisco, ou Velho Chico – nasce em meio à vegetação rasteira antes de percorrer cinco estados e 521 municípios. No caminho, ele serpenteia vales e montanhas até encontrar o mar. Criado em 3 de abril de 1972, o Parque Nacional da Serra da Canastra, com uma área de 200 mil hectares, é o guardião das nascentes do Rio São Francisco e vários outros monumentos naturais. O cenário, de grande beleza, inclui grandes paredões de rocha e cachoeiras, com destaque para a Casca D’Anta, de 186 metros, a primeira do Velho Chico. 
 
Beto Novaes/EM
Chapadão da Canastra (foto: Beto Novaes/EM)
Para os amantes do ecoturismo, não há nada melhor que desbravar as cachoeiras e vales, seja por conta própria, seja a bordo de uma camionete militar Jeep Willys F-85, especialmente preparada para transitar nas estradas da região. Outra forma é pelo alto, em um passeio de balão, com duração de aproximadamente uma hora.

SABOR ÚNICO 
O produto típico mais importante da região é o queijo canastra, artesanal e feito de leite cru. Produzido há mais de 200 anos, ele é primo distante do queijo da Serra da Estrela, de Portugal, trazido pelos imigrantes da época do Ciclo do Ouro. O clima, a altitude, os pastos nativos e as águas da Canastra dão a esse queijo um sabor único: forte, meio picante, denso e encorpado. Desde maio de 2008, o queijo canastra é patrimônio cultural imaterial brasileiro, título concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Leandro Couri/EM
Estátua do Juquinha, ícone da Serra do Cipó (foto: Leandro Couri/EM)
 
O sorriso acolhedor da estátua do eremita Juquinha, numa chapada de Santana do Riacho, às margens da rodovia MG-010, é o primeiro sinal de que a Serra do Cipó tocou você. A imagem desse eremita bondoso, que vagava pelas grotas da região distribuindo flores, é uma das principais atrações desse vale que acolhe todos. Os principais pontos de visitação do circuito incluem o Parque Nacional (Parna) da Serra do Cipó, que fica entre Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro. Está distante de BH cerca de 100 quilômetros, com acessos pelas rodovias MG-010 (sede) e MG-424. Mas o Cipó tem também uma gastronomia mineira típica, quitutes de produtores locais, ateliês de artesãos nativos e estabelecidos.
Paulo Roberto Fonseca/Divulgação
Cachoeira do Bicame, no distrito de Lapinha da Serra, em Santana do Riacho, na Serra do Cipó (foto: Paulo Roberto Fonseca/Divulgação)
 
Dentro do Parna, todas as atrações têm entrada franca. E, independentemente do grau de dificuldade dos percursos, o visitante deve ficar atento para desfrutar de uma das maiores diversidades de flora do mundo, com mais de 1.700 espécies, o que levou o arquiteto e paisagista paulista Roberto Burle Marx a classificar a serra como “o jardim do Brasil”.
Alvaro Duarte/EM
Cachoeira Grande na Serra do Cipó (foto: Alvaro Duarte/EM)
 
 

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