Em 1920, foram descobertos no Norte da China um crânio, uma mandíbula e dentes de um homem que caminhava ereto. Era o Homo erectus, morto ali há 500 mil anos e que logo foi apelidado de Homem de Pequim. Em 2012, arqueólogos encontraram numa caverna de Yuchanyan, no Sul do país, pedaços de panelas datados de 20 mil anos que passaram a ser consideradas as peças de cerâmica mais antigas de que se tem conhecimento no mundo. Eram vestígios de Homo sapiens, que plantou suas raízes e começou a povoar a região que se tornaria a maior civilização contínua do planeta e chegou ao século 21 como a segunda economia mundial e superpotência global.
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O livro é da curadora da seção chinesa do British Museum, de Londres, Jessica Harrison-Hall, autora também de Ming: art, people and places (2014), Ming: 50 years that changed China (2014), Ming ceramics (2001) e Vietnam behind the lines: images from the war 1965-75 (2002). Ao traçar uma linha do tempo em imagens através de sete milênios, ela parte da cerâmica, artes decorativas, vestuário, movelaria e joalheira, além do teatro chinês. Revela uma cultura internacionalmente conectada e em constante reinterpretação do seu passado.
“É minha grande esperança que o leitor tome este livro introdutório como portal para o passado, admirando os objetos, tecidos e pinturas que o ilustram para guiar-se por aproximadamente 7 mil anos de história chinesa”, diz Jessica Harrison-Hall. “Praticamente desde seu princípio, a China tem sido multicultural e esteve vinculada ao exterior ao longo de sua história, em parte devido à atividade comercial. Produziu commodities para consumo estrangeiro – inicialmente tecidos, depois cerâmica e, mais tarde, chá. Esses bens eram vendidos ao largo do Oceano Índico e na África e depois chegaram à Europa e ao Novo Mundo”, afirma também a autora.