Plano geral. Tenho a sorte de conviver com a família Veloso desde o longínquo ano de 1966. Foi quando conheci Tiago, irmão mais novo de Geraldo, durante as filmagens de Joãozinho e Maria, curta-metragem de Márcio Borges. Tiago foi o câmera; eu, o Joãozinho. Ficamos amigos. Na sequência, passei muitas tardes-noites de sábado em casa de seus pais, na Rua Monsenhor Horta, no Prado, a ouvir discos de jazz com ele, Ricardo Gomes Leite e Mário Alves Coutinho. Foi lá que fui “aplicado” a My favorite things, de John Coltrane. Nessa época, Veloso morava no Rio de Janeiro, mas é sabido que, junto com o cinema, a literatura, a amizade e muitas outras boas manifestações humanas, o jazz era uma de suas coisas favoritas.
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Geraldo Veloso, Victor de Almeida, Carlos Canela, Duke, Carlos Ribas e eu atravessamos a praça e fomos para o restaurante Bolão, onde “derrubamos” muitas garrafas de cerveja e conversamos até de madrugada.
* Paulo Vilara é cineasta, jornalista e escritor..