A palavra patrimônio, geralmente, remete a obras, bens ou edificações antigas e carregadas de história. A associação, porém, não é inteiramente precisa. O movimento moderno, em suas diversas expressões, representou uma ruptura com a tradição e trouxe inovações em todos os campos, projetando ideais de um novo homem e sua relação com o mundo.
Na arquitetura, a criação para atender ao espírito do homem moderno trouxe novidades técnicas e se traduzia em construções radicalmente distintas dos modelos vigentes. A importância desse legado foi, ao longo do século 20, ganhando reconhecimento institucional. O Brasil foi pioneiro na valorização de construções do movimento moderno, como explica o professor Hugo Segawa, da Universidade de São Paulo, em seu artigo, que servirá de base para sua palestra no seminário.
Um ano depois de o conjunto moderno da Pampulha ter sido reconhecido pelo Comitê do Patrimônio Mundial, órgão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Belo Horizonte sedia, na próxima semana, o seminário internacional Desafios da Gestão do Patrimônio Cultural Moderno. O evento é promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por ocasião dos 80 anos de sua fundação e celebra também os 30 anos do reconhecimento do conjunto urbanístico de Brasília como patrimônio mundial.
O evento, voltado para especialistas, será realizado no Museu de Arte da Pampulha, entre 16 e 19, por ocasião do Dia do Patrimônio Nacional, comemorado no dia 17. O encontro pretende discutir a conservação e a manutenção de bens culturais, trocando experiências de gestão com representantes de outros países. Critérios de intervenção, métodos de preservação, o emprego de tecnologias e o uso turístico da arquitetura do início do século 20 serão temas de debates e conferências.
• Seminário Internacional Desafios da Gestão do Patrimônio Cultural Moderno, promovido pelo Iphan. Museu da Pampulha, de 16 a 19 de agosto. Mais informações: iphan.gov.br..