Ela lembra ainda que, em BH, os primeiros lugares nos quais estudou foram no antigo Instituto Zilah Frota, no Bairro Mangabeiras, e no Izabela Hendrix, na Praça da Liberdade, onde começou a pegar gosto pelos livros. Foi ali, com encantamento, que descobriu as histórias de Marcos Rey, João Carlos Marinho e Agatha Christie. Depois veio o curso de jornalismo, que deixou pela metade por não se adaptar às regras formais da escrita, e, em seguida, a publicidade, curso no qual acabou se formando.
Nesse meio-tempo, até seguir para Londres, onde participou durante um ano de uma oficina de criação literária que seria decisiva na sua futura carreira como escritora, Paula chegou a trabalhar como assessora de marketing do Minascentro, na produção do programa Brasil da Gerais, da Rede Minas, e a escrever crônicas em um site. “Foi um exercício e tanto e 50 delas acabaram sendo lançadas no ano passado, também pela Editora Gutemberg, com o título de Apaixonada por palavras”, conta. Na Inglaterra, onde viveu na casa de um tio, Paula Pimenta começou a escrever seu maior sucesso, Fazendo meu filme 1.
Boca a boca
Se hoje ela é uma escritora consagrada, no início da carreira, quando lançou o primeiro volume de Fazendo meu filme, com o qual começou a dar asas à garota Fani, as coisas não foram fáceis: o livro saiu com uma tímida edição de mil exemplares e quase não teve mídia, como costuma ocorrer com a maioria dos autores iniciantes. Mas se deu uma coisa que, segundo ela, foi decisiva: o boca a boca. “Uma menina foi falando para a outra, mandando e-mails, mensagens no Facebook, Twitter, Instagram, e o livro acabou estourando. Foi uma coisa maluca, na qual eu mesma quase nem acreditava”, diz a autora, sempre conectada às redes sociais.
De família ligada à literatura pelo lado materno (seu bisavô e avô foram escritores), Paula Pimenta conta que gosta de escrever de madrugada, hora em que sua criatividade está à solta e a cabeça a mil. “Vou pensando nas coisas durante o dia, armazenando, e, quando todo mundo aqui em casa já foi se deitar, é que começo a trabalhar. Costumo ir para a cama bem tarde e quando estou neste processo não durmo nem seis horas por noite”, afirma. Mas vale a pena. Os leitores agradecem.
Primeira tradução
O maior sucesso de Paula Pimenta, Fazendo meu filme 1, que desde o lançamento em 2008 já vendeu cerca de 60 mil exemplares, foi o livro escolhido pela editora para marcar a internacionalização da marca. O best-seller, que colocou a escritora entre as campeãs de venda no Brasil, acaba de ser traduzido para o inglês, com o título de Shooting my life’s script – Fani’s premiere, que já está disponível nas lojas virtuais estrangeiras Apple e Kobo, e nas brasileiras Iba e Gato Sabido. De acordo com Paula Pimenta, que está feliz com a novidade, a tradução amplia as possibilidades do seu livro. “Já começo a receber várias manifestações pelo Facebook e Twitter, a maioria delas do Brasil, mas algumas também vindas do exterior”, comemora.