As gírias são uma parte especialmente viva de qualquer idioma. Os falantes tendem a criar, repetir e disseminar seus próprios jargões e isso acontece, também, com o português brasileiro. Porém, quais são as gírias mais usadas no país?

Entre os achados da Preply, plataforma online de idiomas com mais de 300.000 avaliações 5 estrelas, estão o famoso "sextou", que lidera a listagem com 74%. O termo é seguido de "treta" (64%), "zueira" (62%), em terceiro lugar, e "trocar ideia" (61%), em quarto. A pesquisa foi realizada em abril com 1584 respondentes distribuídos pelas cinco regiões do Brasil.

Porém, apesar de serem palavras que estão na ponta da língua de muitos brasileiros, alguns julgam seu uso bastante inconveniente em alguns contextos. Segundo a Preply, 43% dos entrevistados acham chato o uso de jargões durante uma conversa. 

Além disso, algumas gírias são mais detestadas que outras, sendo "ranço" a mais odiada dentre os entrevistados, com 30% de rejeição. Outras, como "lacrou" (29%), "abestado" (28%) e "crush" (25%), também aparecem dentre as menos apreciadas.

O mesmo levantamento também concluiu que as mulheres parecem se sentir mais aptas para usar gírias do que os homens. Adicionalmente, respondentes de ambos gêneros admitiram que já precisaram consultar online pelo menos uma vez o significado de algum jargão para entender o que significava. 

Quando o entendimento através da internet não foi possível, 33% dizem ter sido necessário “pedir ajuda dos universitários” e perguntar a uma pessoa mais jovem sobre o sentido de uma dessas expressões.

No final das contas, o conhecimento popular é considerado um bom “dicionário” de gírias. 70% dos entrevistados pela Preply apontam o aprendizado com os amigos como a principal fonte de conhecimento sobre jargões e seus significados. A internet acaba vindo em segundo lugar, com 64% dos respondentes a seu favor. 

Nas redes sociais, especificamente, Instagram (54%) e TikTok (55%) são as que dominam a cabeça dos falantes de português brasileiro na hora de aprender novas gírias, de acordo com o estudo. O terceiro local preferido dos internautas é o Twitter (22%). 

Por fim, o levantamento também mostrou que 38% das pessoas aprendem novas gírias a partir de filmes e séries. Já outros 14%, com músicas.

"As redes sociais vieram para popularizar ainda mais o uso de gírias no país e, não por acaso, é por lá que vemos o surgimento de jargões e expressões. Algumas, inclusive, são derivadas do inglês e de outros idiomas. Ademais, existem os termos que mudam de região para região, como 'arretado', 'borodogó' e 'tri'. Isso só nos mostra a enorme diversidade linguística que há no Brasil", afirma o gerente de sucesso de alunos na Preply Mustafa Ali Sivisoglu.