Após um show importante no Lollapalooza Brasil, que marcou o retorno da Fresno aos palcos depois de dois anos, a banda se prepara para dar o start na turnê Vou Ter Que Me Virar, que passará por algumas cidades do país, começando por Porto Alegre, no próximo sábado (23/04).

Além da capital gaúcha, local onde foi formada a Fresno, outras cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Santo André, Belo Horizonte e Curitiba receberão o grupo, que lançou o Vou Ter Que Me Virar, disco mais recente, em novembro.

Para os shows pelo país, o grupo promete entregar algo similar ao que foi apresentado no Lollapalooza, porém, com mais tempo de palco, o que permite trazer um setlist mais recheado, contemplando várias fases da Fresno. Por conta dos problemas com o clima no último dia de festival (27/03), a banda perdeu alguns minutos de apresentação, o que gerou cortes no repertório.

Para Lucas, vocalista e guitarrista, o saldo foi positivo, mas o público pode esperar um setlist mais ‘completão’ nos shows que rodarão o país. “Ficou bem claro que a gente teve que cortar algumas músicas, mas o objetivo desse show sempre foi mostrar o que a Fresno é hoje. De qualquer forma, o que faríamos no Lolla já seria algo limitado a cinquenta minutos/ uma hora, mas já serviu para montarmos o esqueleto desse show novo. Na nossa turnê, que vai passar por várias cidades, inclusive BH, é um show só da Fresno, onde somos o headline, então é algo de quase duas horas, onde conseguimos guiar o público por uma experiência mais completa”, disse o artista.

Sobre a presença da Fresno no Lolla, Lucas completou: “Acredito que quando temos a oportunidade de estar em um festival desse tamanho, onde furamos a bolha do fandom mais próximo, é muito importante você carimbar sua presença ali, mostrar quem tu quer ser pro futuro, porque muitas pessoas ali não acompanham o show da Fresno há algum tempo ou conhecem trabalhos atuais, e ter a gente ali entregando um material mais recente, mostra que a banda tem um fôlego pra coisas novas”.

Esta será a primeira turnê da banda em quase 3 anos, já que os trabalhos em votla do disco Sua Alegria Foi Cancelada, de 2019, foram paralisados por conta do surgimento da pandemia de COVID-19.  

O ‘Fora, Bolsonaro’ mais famoso do Brasil

Não há como negar que a performance no Lolla acabou impulsionando a banda nas redes sociais. Além do show enérgico, a Fresno chamou a atenção pelos protestos anti-Bolsonaro. Vale lembrar que o TSE chegou a tentar impedir que artistas que se apresentaram no Lolla se posicionassem contra o atual presidente e a favor de qualquer outro pré-candidato.

No caso da Fresno, foi projetada a frase “Fora, Bolsonaro” no telão do palco, um dia após as movimentações que buscavam frear as falas contra o Presidente no festival. A foto correu o país e saiu em diversos veículos de comunicação. Além da banda outras atrações se posicionaram pela adesão dos jovens ao título de eleitor e contra Bolsonaro.

“Acredito que, hoje em dia, praticamente todos artistas – ou pelo menos a galera mais sensata – são ‘fora Bolsonaro’, até mesmo aqueles que caíram no conto e acabaram votando, porque já existe um tipo de sinergia, por assim dizer, em que compreenderam que ele é uma pessoa que atrasou muitas coisas no Brasil. O que fizemos não foi simplesmente um ‘fora Bolsonaro’ vazio. A música “FUDEU!!!” fala justamente sobre esse assunto, de como a política dele, “o cara que defende a família”, causou uma rachadura. Os caras achavam que seria o comunismo que ia destruir a família brasileira e implantar uma ditadura, mas foram eles quem dividiram”, opinou Lucas.

O vocalista explicou que a ação já estava programada antes mesmo dos burburinhos de censura. Com os desdobramentos, o ato se tornou ainda mais impactante: “Já tínhamos isso pronto pro show e quando rolou o papo da multa, aí mesmo que sentimos ser ainda mais necessário fazer. Todo mundo que subiu nos palcos no Lolla falou em algum momento ‘fora Bolsonaro’, só que a gente colocou isso no telão e acabou dando aos meios de comunicação a foto que eles queriam. A repercussão foi muito boa e teve dois lados, o de fazer com que as pessoas procurassem nossas músicas novas e o de nos colocar, claramente, como uma banda que se posiciona contra esse governo”, concluiu o artista.