Na ocasião do 7 de setembro, o cantor Milton Nascimento escolheu a música Cálice, símbolo da luta contra a repressão da Ditadura Militar (1964-1985), para protestar contra o governo Bolsonaro. A canção foi composta por Chico Buarque e Gilberto Gil em 1973.
saiba mais
Em meio à polêmicas, Kanye West leva Donda ao topo das paradas
Jornal elege as piores e melhores faixas de Taylor Swift
Jair Bolsonaro quis ligar para Bruno Gagliasso, revela irmão do ator
Viúvo homenageia a mineira e ex-BBB Josy Oliveira com texto emocionante
Gretchen fará apelo a Joe Biden para reverter visto cancelado nos EUA
Cálice foi censurada pela Ditadura e ficou proibida por cinco anos. Milton chegou a participar da gravação original de Chico, lançada oficialmente no disco Chico Buarque, de 1978, ao lado de canções como Apesar de você e Tanto mar.
Na publicação, o cantor recebeu comentários e elogios de amigos e famosos. Confira:
Letra de Cálice:
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Pai, afasta de mim esse cálice, pai
Afasta de mim esse cálice, pai
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai (Pai)
Afasta de mim esse cálice (Pai)
Afasta de mim esse cálice (Pai)
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai (Pai)
Afasta de mim esse cálice (Pai)
Afasta de mim esse cálice (Pai)
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda (Cálice)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta (Cálice)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai (Pai)
Afasta de mim esse cálice (Pai)
Afasta de mim esse cálice (Pai)
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno (Cálice)
Nem seja a vida um fato consumado (Cálice)
Quero inventar o meu próprio pecado (Cálice)
Quero morrer do meu próprio veneno (Pai, cálice)
Quero perder de vez tua cabeça (Cálice)
Minha cabeça perder teu juízo (Cálice)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel (Cálice)
Me embriagar até que alguém me esqueça (Cálice)