O isolamento social causado pela pandemia exigiu criatividade do Sepultura. A partir de lives, surgiu o conceito de um novo disco para a banda de metal brasileira. O Sepulquarta chegou às plataformas digitais nesta sexta-feira (13/08) com 15 faixas e 19 participações, que variam entre nomes da música brasileira a ícones do heavy metal internacional.
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"Nós quisemos chamar pessoas com as quais já tivéssemos conexões, com quem fizemos turnê ou artistas que admiramos", disse Derrick Green, vocalista da banda. E as colabs com brasileiros vieram em grande número. Entre as participações nacionais, temos os bateristas Charles Gavin (Titãs) e João Barone (Os Paralamas do Sucesso), além de Emily Barreto (Far From Alaska), Angélica Burns (Hatefulmurder), Mayara Puertas (Torture Squad), Fernanda Lira (Nervosa, Crypta). Marcello Pompeu (Korzus) E Rafael Bittencourt (Angra).
Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, comentou com o Uai a participação de Emily na faixa Fear, Pain, Chaos, Suffering, que marcou a primeira vez em que o grupo fez algo com vocal feminino:
A Emily eu conheci em um programa de TV, onde fiz um som com o Far From Alaska. E eu fiquei impressionado com a performance dela. A gente estava com uma música inacabada (Fear, Pain, Chaos, Suffering) e eu chamei ela para gente testar, nunca tínhamos trabalhado com vocal feminino e ela deu uma direção à música depois que a voz dela entrou.
Andreas Kisser
Eloy Casagrande, baterista da banda e um dos mais virtuosos do gênero, falou com o portal sobre a oportunidade de trabalhar com dois grandes bateras do rock nacional na faixa Ratamahatta: "Embora eu não seja da geração do Paralamas e do Titãs, não tem como não ter sido influenciado por eles. A minha entrada no universo de bandas nacionais foi através desses dois caras. Então, fazer um som com eles foi uma grande honra", disse o músico.
Acompanhando o disco, a banda disponibilizou um vídeo Um registro audiovisual da session de Slave New World, com participação de Matt Heafy, vocalista e guitarrista da banda de heavy metal Trivium.
Com disco novo lançado, a banda aguarda pelo momento de volta aos palcos com muita ansiedade. Perguntados sobre o último show antes da pandemia, Andreas confessou não lembrar. Coube a Eloy relembrar o que foi a última vez em cima de um palco: "Foi no Festival de Belém, no final de 2019" (assista a um vídeo gravado pelo público deste show):
A agenda, interrompida pela pandemia, voltará a ficar movimentada. A primeira cidade no mundo a receber um show do Sepultura depois de quase dois anos será Copenhague, capital da Dinamarca, no dia 4 de novembro. Ao todo, mais de 80 países já receberam a banda brasileira.