Fevereiro não é um mês qualquer para Maria Bethânia. Nesse período, ela costuma ir para Santo Amaro, na Bahia, onde nasceu, participar de festividades religiosas. O documentário Fevereiros (2017), de Marcio Debellian, recém-lançado em DVD pela gravadora Biscoito Fino, mostra como esta época do ano é importante para ela.
Também neste mesmo mês, em 1965, mais precisamente no dia 13, Bethânia estreou no palco do Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, substituindo Nara Leão no histórico show Opinião. Exatos 56 anos depois, ela viverá novo debute neste sábado (13/2), às 22h, transmitido gratuitamente pela plataforma Globoplay. A artista baiana comemora também o título conquistado pela Mangueira em fevereiro de 2016, com enredo que a homenageava.
SEM PLATEIA
A primeira live da cantora será realizada na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, sem a presença de plateia ou convidados. Bethânia estará acompanhada de quatro músicos, entre violões e percussão. A direção artística é de LP Simonetti, que assinou shows on-line de Caetano Veloso, Roberto Carlos, Paulinho da Viola e Ivete Sangalo.
“É como se fosse ensaio, que é uma das partes de que mais gosto, porque proporciona com muita naturalidade momentos de descobertas e amadurecimento do que apresento no show. Me encanta também o fato de o público me conhecer no ambiente fora de um espetáculo nos moldes que estou acostumada a realizar, que envolve muita dramaturgia e relação intensa com a plateia”, afirma a cantora em comunicado à imprensa.
Além de sucessos como Olhos nos olhos, Explode coração e Onde estará o meu amor, o repertório da live terá novidades do álbum inédito que Maria Bethânia lançará este ano pela Biscoito Fino. Noturno foi gravado durante três semanas de setembro, único momento em que a cantora saiu de casa em 2020.
Uma das novidades do disco é 2 de junho, composição de Adriana Calcanhotto sobre a tragédia do menino Miguel, filho da empregada doméstica Mirtes Renata, que caiu do nono andar de um prédio de luxo no Recife quando estava sob os cuidados de Sari Corte Real, patroa de Mirtes.
Aos 74 anos, Bethânia é uma das raras estrelas de sua geração que não havia aderido às lives, formato que ficou muito popular em 2020 devido à pandemia da COVID-19.
Gilberto Gil, Caetano Veloso e Gal Costa fizeram shows virtuais para comemorar os respectivos aniversários.
Gil e Caetano tiraram de letra, tanto que realizaram mais de uma live. Já a de Gal foi bastante marcada por vários problemas técnicos.
Maria Bethânia encara o show ao vivo com naturalidade. “Vida normal”, ela diz. “No dia da apresentação, costumo descansar, apesar da ansiedade, e faço uma passagem de som apenas, sem ensaio.”
Além das músicas, ela pretende declamar alguns poemas de que gosta. O combo, segundo a cantora, representa a forma como tem enxergado o momento atual do Brasil e do mundo.
“Direi meus pensamentos e cantarei canções que acho importantes de serem cantadas neste dia”, adianta Maria Bethânia em seu comunicado à imprensa.
MARIA BETHÂNIA
Live neste sábado (13/2), às 22h, na Globoplay. Transmissão gratuita disponível para não assinantes.