Cada vez mais parte do universo da música, o audiovisual teve papel decisivo durante a pandemia por conta das lives. Com shows transmitidos pela internet, o fenômeno pode ter perdido força, mas ficou marcado por seu impacto sobre a indústria musical. Tamanha é essa importância que o formato inspirou uma categoria inédita do m-v-f- awards 2020, prêmio do Music Video Festival que elege os melhores videoclipes brasileiros e internacionais lançados no último ano.
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Pandemia une Claudia Leitte e Ivete Sangalo em live no sábado (13/02) Pré-carnaval do Monobloco lança a folia na redeDaniela Mercury leva o carnaval para a internet com live superproduzida YouTube divulga lista de artistas que devem estourar em 2021Saiba como assistir à live de Maria Bethânia deste sábadoPost Malone fará show virtual para celebrar 25 anos da franquia Pokémon“A pandemia acelerou a tendência de produções e apresentações musicais feitas para as telas e outras interfaces não presenciais”, analisa Lia Vissotto, idealizadora do evento. “A tecnologia proporciona recursos infinitos e o consumo de conteúdos através deles cresce exponencialmente, principalmente entre as novas gerações. Isso também possibilita ao artista entender e recorrer a novas formas de monetização de seu trabalho.”
Presencial
De acordo com Lia, isso não significa o temido “fim” dos shows ao vivo com público presente. “Daqui para a frente, eles podem ser pensados como parte de projetos maiores. Um bom exemplo disso é o AmarElo, do Emicida. O desafio agora é criar melhores condições de produção para artistas, músicos e criadores. E potencializar o acesso de consumidores à tecnologia”, avalia.
Quando foi criado, em 2013, o Music Video Festival enfrentava outros paradigmas, como o encolhimento das produções voltadas para a televisão, algo que ficou marcado pelo fim da MTV Brasil. De lá pra cá, muita coisa mudou, sites de vídeos ganharam força e artistas tiveram de aprender a utilizar as redes sociais a seu favor.
“O videoclipe nunca perdeu relevância, só se adaptou às novas telas. Isso faz dele um assunto fascinante. A pessoa pode ter orçamento de R$ 500 mil ou R$ 5 mil, mas vai dar um jeito de entregar alguma coisa para a sua audiência. Não acho que exista garantia de que o videoclipe, por si só, assegure o sucesso de uma música, mas as narrativas, as imagens, os colaboradores e os desdobramentos disso nas diversas redes compõem o ecossistema favorável para que aquela música tenha mais streams ou views. Na era dos algoritmos, isso é bastante relevante”, explica Lia Vissotto.
Os vídeos selecionados para a oitava edição do prêmio foram lançados entre 14 de setembro de 2019 e 28 de novembro de 2020. A primeira etapa, realizada pela equipe do festival, consistiu em analisar o material inscrito para checar se ele seguia os critérios do regulamento.
A partir daí, foram geradas listas com aproximadamente 30 produções por categoria, analisadas por uma comissão de cerca de 100 realizadores e profissionais do mercado, convidados a selecionar cinco trabalhos favoritos em cada modalidade.
O m-v-f-awards também teve o cuidado de jogar luz sobre a cadeia produtiva envolvida na produção de clipes, como direção, edição, roteiro, direção de arte, fotografia e coreografia, por exemplo. As 18 categorias técnicas foram escolhidas pelo júri formado por 11 profissionais da área. As cinco restantes ficaram a cargo do voto popular. Nesta edição, o evento contabilizou cerca de 80 mil votos.
O público é responsável pelo grande prêmio da noite: melhor videoclipe nacional. Estão indicados 10 trabalhos, entre eles clipes de Elza Soares (Juízo final), Criolo e Milton Nascimento (Não existe amor em SP), Zé Manoel (Adupé obaluaê) e Céu (Corpocontinente).
Indígena
O rapper indígena Kunumi MC concorre com Xondaro ka’aguy reguá (Forest warrior), a banda Francisco El Hombre com Matilha, e o projeto L’Homme Statue, de Loïc Koutana, com Braços/Vela.
A dupla mineira Hot e Oreia (desfeita em janeiro, após Hot ser acusado de relacionamento abusivo pela ex-namorada) concorre com os clipes Domingo e Presença, inspirado no filme Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho.
Carta pra Amy, do rapper Black Alien, e Deve ser horrível dormir sem mim, das cantoras Manu Gavassi e Gloria Groove, completam a lista.
“Um bom clipe ou vídeo feito para música não precisa ser fruto de uma superprodução. Entendo que questões como inovação no formato ou na linguagem, adequação das imagens escolhidas à música, o cuidado extra na finalização, narrativas e aspectos estéticos, como direção de arte, figurino e fotografia, fazem o trabalho saltar aos olhos”, comenta Lia Vissotto.
Para ela, a participação do público tem impacto no próprio evento, que passa a incluir artistas de maior alcance. “Esse balanço é ótimo, porque torna o prêmio mais amplo”, comemora.
Comandada pela modelo e DJ Aisha Mbikila e o apresentador Didi Effe, a cerimônia foi gravada previamente no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. Sob sigilo, os vencedores já foram agraciados e gravaram depoimentos de agradecimento. O público os conhecerá nesta noite.
M-V-F- AWARDS 2020
Nesta quinta-feira (11/2), às 20h A cerimônia será transmitida pelo site do m-v-f-(musicvideofestival.com.br) e pela plataforma Cultura em Casa, além dos canais do YouTube do m-v-f-, do MIS SP e do #CulturaEmCasa.