Gravadora Umbilical acolhe artistas dedicados ao jazz e ao instrumental

Criado por Magí Batalla e Cleanto Neto, selo acaba de lançar discos do Vitor Arantes Quarteto, Anderson Quevedo Trio e do guitarrista Líbero Dietrich

Augusto Pio 02/02/2021 06:00
Tatiana Garcia/divulgação
Magí Batalla e Cleanto Neto criaram o Umbilical com a proposta de apoiar músicos como eles (foto: Tatiana Garcia/divulgação)

Com o objetivo de garimpar artistas e produzir projetos de várias regiões do Brasil, o recém-criado selo Umbilical, comandado pelos músicos Cleanto Neto e Magí Batalla, está focado no jazz e na música instrumental brasileira.

Acabam de sair por lá os discos Elo, do Vitor Arantes Quarteto, Canções sem palavras, do guitarrista e baixista paulista Líbero Dietrich, e o álbum do Anderson Quevedo Trio. Em fevereiro, será lançado o trabalho da cantora paulista Fran Nóbrega com produção de Michel Pipoquinha, um dos baixistas mais respeitados do país.

“Umbilical é mais do que selo, é um espaço de troca, um catalisador de potencialidades”, diz Cleanto Neto. Ele informa que o selo dá ao artista suporte em todas as áreas – da gravação ao agendamento de shows, passando por projetos de divulgação nas redes sociais.

Nayara Arentes/divulgação
Vitor Arantes Quarteto é um dos primeiros lançamentos do selo instrumental (foto: Nayara Arentes/divulgação)

A proposta é ser uma gravadora que atue de forma completa. “Percebemos a dificuldade do artista de produzir sozinho o seu trabalho. Desenvolvemos o projeto em todas as fases, com custo acessível. Isso contribui para que ele possa se dedicar ao estudo de seu instrumento, ao repertório, enfim, à própria música”, diz Cleanto.

Hoje em dia, basta ter uma placa de som para a gravação, mas o processo é muito mais complexo, alerta o dono do Umbilical. “Propomos aqui aquela produção feita com carinho e cuidado, pensando em um conceito, na sonoridade. Gravar é muito caro, ainda mais complicado ainda para o músico de jazz e aquele dedicado ao instrumental. A realidade de cachês e eventos deles não permite bancar um álbum de qualidade”, diz Cleanto.

Por enquanto, o selo Umbilical vai priorizar o disco digital. “Mas não descartamos o físico, nem  CD e nem vinil. Quem sabe mais para a frente? Na verdade, não esperávamos que a resposta fosse tão boa”, afirma Cleanto.

O pianista, compositor e arranjador paulista Vitor Arantes, de 24 anos, afirma que está feliz com o convite da Umbilical para lançar seu disco de estreia. “Sou amigo do Cleanto há algum tempo e até já tocamos juntos. Achei massa, porque é uma ideia diferente que eles propõem, e também por eles serem músicos, o que torna as coisas mais fáceis”, diz.

Vitor considera importante para o músico contar com o suporte oferecido pelo Umbilical. “Principalmente no sentido de cuidar do pré e do pós. Eles são ramo, sabem das dificuldades, do que os músicos precisam e de como funciona o mercado. O disco, em si, é só uma parte. Esse pós é até mais complicado”, garante.

MAIS SOBRE MUSICA