Em Caleidoscópico, Maneva propõe reggae mais dançante

EP da banda paulista traz três canções, uma delas em parceria com MC Hariel. Grupo lança mais nove músicas até maio

Augusto Pio 29/01/2021 04:00
Divulgação
Com influências múltiplas, o Maneva diz fugir dos enquadramentos musicais ao incorporar até mesmo levadas de rock (foto: Divulgação)
Uma das referências do reggae nacional, a banda paulista Maneva, que comemora 15 anos de carreira, está lançando nas plataformas digitais EP com três músicas. O projeto faz parte do álbum Caleidoscópico (Universal Music), com 12 faixas autorais e inéditas. Nessa primeira fase estão as faixas Desejos, Estrelas do céu e Banco de areia.

Essa última ganhou clipe com participação do MC paulista Hariel, cantor e compositor de funk, cuja música Maçã verde, lançada no fim de 2020, já conta com mais de 82 milhões de views no YouTube. A versão, da qual ele é parceiro, estará disponível no streaming a partir desta sexta-feira (29/01). “A parte que Hariel canta foi composta por ele mesmo. É um cara muito gente fina, cabeça boa. Ele chegou junto conosco ao estúdio, amarradão mesmo, numa energia incrível. Ouviu a música umas duas, três vezes, escreveu a parte dele e já saiu cantando. Era o que estava faltando. Ficou sensacional”, diz Tales de Polli, vocalista da Maneva.

Tales ressalta que Caleidoscópico é um disco que sai com um ano de atraso. “Essas músicas eram para sair em um DVD de inéditas que iríamos lançar pra comemorar os 15 anos da banda. Porém, devido à pandemia, a gente teve a frustração dos planos, mas como nada é perdido, estamos lançando agora aos poucos esse álbum. Ele se tornou meio que um quebra-cabeça. Primeiro, porque vem numa parada mais solar, mais colorida, com músicas mais pra cima, mais dançantes, que é o que precisamos neste momento, ou seja, um pouco mais de alegria.”

Ele explica que o grupo deu prioridade justamente a esse alto-astral. “A essa felicidade de tentarmos ver as coisas boas através do prisma das cores. A gente fala de um material que só se consegue ver por meio de um caleidoscópio. Então, é uma coisa mais colorida, mais divertida. Dividimos esse álbum em quatro partes. A primeira está saindo agora. Até maio, lançamos as quatro partes.”

O vocalista do Maneva conta que as etapas seguintes também terão a participação de outros artistas. Se MC Hariel esteve no primeiro EP, a cantora Cíntia Luz estará no segundo, e Di Ferrero no terceiro. “Essas participações somaram muito e a gente vai criar um grande quebra-cabeças. Na parte IV, serão as 12 canções, finalizando o álbum. Aí, completamos o Caleidoscópico em 29 de maio. As músicas estão prontas e agora estamos fazendo a estratégia do lançamento.”

Como suas referências, Tales cita as bandas brasileiras Tribo de Jah, Natiruts, Planta, Ponto de equilíbrio, Mato Seco e os cantores jamaicanos Bob Marley e Peter Tosh, entre outros. “Ouço bastante reggae. Então, acho que tenho muita influência, tanto do mais romântico quanto do mais canção. Acho que tudo isso vira um grande caldeirão, aliado às outras influências musicais que a gente tem, como, por exemplo, o rock, MPB e o samba. Aí, a gente mistura tudo. Daí sai um pouco do Maneva.”

E se algumas pessoas sustentam que o Maneva não é reggae, ele vê ortodoxia. “A gente mistura muito e acho que tem de fazer isso mesmo. Não podemos ficar presos às nossas coisas, na nossa cultura. Se assim for, como é que a gente vai crescer? Como ultrapassaremos os limites? Acho que o rock não nos limita. Quanto mais você alcançar com a boa música, com uma cultura boa, com uma ideia boa, será mais positivo para o mundo todo. A gente não tem só de sair da bolha, tem de estourá-la.”

SINGLES 

A banda já está se programando para fazer algumas participações com outros artistas, cujos nomes ele diz não poder antecipar. “Serão vários singles e, provavelmente, em julho lançaremos o volume II do disco Tudo vira reggae e, mais para o final do ano, lançaremos mais um EP de inéditas.”

Formada em 2005, em São Paulo, a Maneva traz Tales de Polli (vocal), Felipe Sousa (guitarra), Fernando Gato (baixo), Fabinho Araújo (bateria) e Diego Andrade (percussão). Tales explica que o nome é de origem africana e significa prazer. O grupo já gravou quatro álbuns de estúdio – Maneva (2006), Tempo de paz (2009), Teu chão (2012) e #Somosmaneva (2015); quatro ao vivo – Maneva, 8 anos (2013), Ao vivo em São Paulo (2017) e Acústico na casa do lago (2018); e dois (EPs) – Cinco cabeças (2014) e Maneva: acústicas (2016).

BANDA MANEVA
.EP Caleidoscópico
.Universal Music
.Três faixas
.Disponíveis nas plataformas digitais

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