Foi uma vida inteira dedicada às artes – música, cinema, artes visuais, literatura. Ao morrer em 2020, vítima de insuficiência cardíaca, aos 88 anos, Sérgio Ricardo deixou um legado imenso, que agora está disponível ao público no acervo digital Sérgio Ricardo Memória Viva, no site sergioricardo.com.
Como se trata de um acervo em constante construção e atualização, a proposta é que novos materiais sejam sempre incorporados. Assim, estarão no site slides de cenas do filme A noite do espantalho, de 1974, com Alceu Valença, e negativos de bastidores do curta-metragem Menino da calça branca, de 1961. Na fila, há ainda manuscritos de partituras, que estão no acervo físico e ainda precisam ser fotografados e tratados.
O site faz uma espécie de chamamento para o público na seção Expressões, em que ficam expostos trabalhos enviados para o projeto inspirados em Sérgio e sua obra. “Queremos fomentar as colaborações, chamar as pessoas para colaborar, colocar suas expressões. Queremos trazer não só personalidades, mas o público”, ressalta Marina.
Com apoio do Itaú Cultural, o projeto dá visibilidade às múltiplas linguagens da obra do artista paulista, reunindo mais de 5 mil itens entre fotos, vídeos, textos e desenhos inéditos, partituras e discografia, entre tantos outros.
NEGATIVOS
Como se trata de um acervo em constante construção e atualização, a proposta é que novos materiais sejam sempre incorporados. Assim, estarão no site slides de cenas do filme A noite do espantalho, de 1974, com Alceu Valença, e negativos de bastidores do curta-metragem Menino da calça branca, de 1961. Na fila, há ainda manuscritos de partituras, que estão no acervo físico e ainda precisam ser fotografados e tratados.
“A próxima etapa envolve material de divulgação, temos muitos folhetos de shows, cartazes, programas de shows. E também o material que a gente precisa digitalizar, um tanto de fitas cassetes e fitas de rolo (áudio) que não temos ideia do que tem dentro. Pode ser que tenha material inédito, músicas inéditas, principalmente nas fitas cassetes”, revela Marina Lutfi, uma das filhas de Sérgio Ricardo, diretora-geral do projeto e gestora da obra do pai. É o que poderia se chamar de segunda fase do projeto, para a qual ela está em busca de apoio.
Ao mesmo tempo em que há itens da coleção particular que ainda precisam entrar no site, Marina tem recebido informações de materiais preciosos em outros acervos, como áudios de participação de Sérgio em shows do Projeto Pixinguinha, que pertencem à Funarte.
“A partir do momento em que terminarmos nosso acervo particular, vamos partir para os outros, olhar o que tem na Funarte, no Museu da Imagem e do Som (MIS), no Arquivo Nacional, outros lugares que possam ter materiais dele que não conhecemos e vão ajudar a contar a sua história”, diz a designer e cantora Marina. “É realmente um universo imenso para pesquisar”, garante.
Para dar conta de um autor tão multifacetado, foram criados os núcleos Música, Audiovisual, Artes visuais, Textual, Conservação, e Catalogação e comunicação – nesse último, trabalha a jornalista Adriana Lutfi, filha de Sérgio.
O Núcleo de Música, aliás, conta com outro filho do artista, o cantor e violonista João Gurgel. “A missão do núcleo, neste primeiro momento, foi reescrever as partituras, faixas lançadas nos discos em formato de songbook, aquele formato clássico de melodia, letra e cifra”, conta Marina.
“Pensei num jeito de trabalhar dividido em núcleos, porque o papai não é um artista, ele é um centro cultural”, comenta ela. “Um dos objetivos principais desse projeto é a difusão. Não é só catalogar e deixar tudo disponível. É difundir. Queremos falar para o maior público possível, aumentar o público dele.”
PÚBLICO
O site faz uma espécie de chamamento para o público na seção Expressões, em que ficam expostos trabalhos enviados para o projeto inspirados em Sérgio e sua obra. “Queremos fomentar as colaborações, chamar as pessoas para colaborar, colocar suas expressões. Queremos trazer não só personalidades, mas o público”, ressalta Marina.
O projeto Sérgio Ricardo Memória Viva dá um passo fundamental na organização, na digitalização e no compartilhamento do acervo do artista, mas a catalogação de sua obra ocorre desde 2009. Naquele ano, a museóloga Ana Lúcia de Castro, mãe de Marina e ex-mulher de Sérgio, com ampla experiência em acervos e conservação, iniciou um programa de extensão na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Com a ajuda de bolsistas, ela organizou e catalogou o acervo.
“Virei parte daquele projeto porque já trabalhava com ele, tinha feito o disco Ponto de partida (2008), já estava na organização dos materiais dele”, conta. O trabalho focou em fotos e recortes de jornal. Essa iniciativa e Ponto de partida marcaram, de certa forma, o período de “renascimento” da carreira de Sérgio Ricardo, que passou décadas longe da mídia, sem lançar discos e filmes.
Em 2017, por meio de um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Marina conseguiu orçamento para criar a website do acervo. Depois, veio a ideia de ampliação do conteúdo digital, abarcando a obra como um todo e a participação do público, sob novo nome: Sérgio Ricardo Memória Viva. Além do site, o projeto está no Facebook, no Instagram (@sergioricardomemoriaviva) e também no YouTube.
MEMORABILIA
.Site sergioricardo.com
.Instagram (@sergioricardomemoriaviva)
.Facebook (www.facebook.com/SergioRicardoMemoriaViva)
.YouTube (Sergio Ricardo Memória Viva)