John Lennon: 40 anos depois, a música e a lenda continuam vivas

Artista britânico assassinado em 1980 ainda é ouvido em todo o mundo e inspira outros músicos

AFP 05/12/2020 11:28

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Em maio de 1971, John Lennon posa para fotógrafo em Cannes onde apresentou os filmes 'Apotheosis' e 'The Flu' (foto: AFP )


A vida de John Lennon terminou brutalmente há 40 anos em Nova York, mas sua lenda continua viva, sua música continua a ser ouvida em todo o mundo e sua obra ainda é uma fonte de inspiração para outros artistas.


Talvez uma das maiores homenagens a Lennon tenha vindo das mãos de Bob Dylan, que em seu álbum "Tempest" (2012) lembra o músico assassinado em Nova York em 8 de dezembro de 1980 por um fã desequilibrado.


Uma das faixas do álbum, intitulada "Roll on John", é um tributo de sete minutos a Lennon e sua jornada musical.


Desde então, as homenagens são inúmeras e muitas vezes vêm de artistas não muito próximos musicalmente a ele.


Por exemplo, Ozzy Osbourne, vocalista do Black Sabbath, grupo de heavy metal, que fez uma versão muito pessoal de "How?", incluída no álbum de Lennon "Imagine".


No videoclipe, o artista, vestido com um longo casaco de couro preto, atravessa as ruas de Nova York para levar um buquê de flores até a placa memorial de Lennon no Central Park.


No mundo musical existem duas escolas: aquelas que se recusam a entrar no jogo da suposta rivalidade entre Lennon e Paul McCartney, e aquelas que o fazem.


"É uma bobeira. John e Paul fizeram parte do melhor grupo do mundo, que mudou a cara da música e inspira até hoje com suas harmonias", disse à AFP Sharleen Spiteri, líder do grupo Texas.


Questionado


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Os Beatles durante coletiva de imprensa em Tóquio durante uma turnê no Japão em 1966 (foto: JIJI PRESS / AFP )
Além da música, Lennon também foi uma figura contraditória que não gera unanimidade.


Muitos hoje questionam sua imagem como ícone não-conformista e a sinceridade de suas posições sobre igualdade de gênero ou capitalismo.


Como já aconteceu com figuras como Ernesto Che Guevara, a imagem de Lennon, com suas frases emblemáticas e seus óculos redondos, se multiplica nas camisetas usadas por pessoas de todo o mundo.


"John ficou para a história como o provocador da banda, por exemplo com o terrível escândalo da época, quando disse que os Beatles eram mais conhecidos do que Cristo. Mas ele não se politizou e só passou a visitar galerias de arte com Yoko Ono. No início, o mais apegado à cultura, quem passeava pelas exposições, era Paul", lembra Stan Cuesta, autor de "The Beatles".


"Em Lennon existe um lado 'teddy boy' (movimento cultural jovem que surgiu em Londres nos anos 1950, com uma estética associada ao rock e à insatisfação social), mas ele é alguém que também teve um Rolls em uma época. Ele é uma pessoa muito complexa", garante Cuesta.


Eric Burdon, ex-líder do Animals, conta por exemplo no documentário "Rock'n'roll animal" que a canção "I am the walrus" dos Beatles, nasceu de uma "orgia sexual" da qual ambos participaram em Londres.


Mas voltando à música, Stan Cuesta insiste que Lennon foi um "gênio natural da música, o mais intuitivo dos Beatles e o único capaz de compor um clássico como 'Strawberry fields forever'".

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