A vida de John Lennon terminou brutalmente há 40 anos em Nova York, mas sua lenda continua viva, sua música continua a ser ouvida em todo o mundo e sua obra ainda é uma fonte de inspiração para outros artistas.
Leia Mais
Há 40 anos, assassinato de John Lennon comovia o mundo80 anos de John Lennon: Líder dos Beatles faria aniversário nesta sexta-feiraShow Para Lennon & McCartney faz tributo aos Beatles e ao Clube da EsquinaEm seu 20º álbum, Ringo Starr grava canção escrita por Lennon em 1980FIF-BH começa nesta segunda com proposta de imagens resolutivasFórum das Letras dedica versão on-line a Clarice LispectorUma das faixas do álbum, intitulada "Roll on John", é um tributo de sete minutos a Lennon e sua jornada musical.
Desde então, as homenagens são inúmeras e muitas vezes vêm de artistas não muito próximos musicalmente a ele.
Por exemplo, Ozzy Osbourne, vocalista do Black Sabbath, grupo de heavy metal, que fez uma versão muito pessoal de "How?", incluída no álbum de Lennon "Imagine".
No videoclipe, o artista, vestido com um longo casaco de couro preto, atravessa as ruas de Nova York para levar um buquê de flores até a placa memorial de Lennon no Central Park.
No mundo musical existem duas escolas: aquelas que se recusam a entrar no jogo da suposta rivalidade entre Lennon e Paul McCartney, e aquelas que o fazem.
"É uma bobeira. John e Paul fizeram parte do melhor grupo do mundo, que mudou a cara da música e inspira até hoje com suas harmonias", disse à AFP Sharleen Spiteri, líder do grupo Texas.
Questionado
Além da música, Lennon também foi uma figura contraditória que não gera unanimidade.
Muitos hoje questionam sua imagem como ícone não-conformista e a sinceridade de suas posições sobre igualdade de gênero ou capitalismo.
Como já aconteceu com figuras como Ernesto Che Guevara, a imagem de Lennon, com suas frases emblemáticas e seus óculos redondos, se multiplica nas camisetas usadas por pessoas de todo o mundo.
"John ficou para a história como o provocador da banda, por exemplo com o terrível escândalo da época, quando disse que os Beatles eram mais conhecidos do que Cristo. Mas ele não se politizou e só passou a visitar galerias de arte com Yoko Ono. No início, o mais apegado à cultura, quem passeava pelas exposições, era Paul", lembra Stan Cuesta, autor de "The Beatles".
"Em Lennon existe um lado 'teddy boy' (movimento cultural jovem que surgiu em Londres nos anos 1950, com uma estética associada ao rock e à insatisfação social), mas ele é alguém que também teve um Rolls em uma época. Ele é uma pessoa muito complexa", garante Cuesta.
Eric Burdon, ex-líder do Animals, conta por exemplo no documentário "Rock'n'roll animal" que a canção "I am the walrus" dos Beatles, nasceu de uma "orgia sexual" da qual ambos participaram em Londres.
Mas voltando à música, Stan Cuesta insiste que Lennon foi um "gênio natural da música, o mais intuitivo dos Beatles e o único capaz de compor um clássico como 'Strawberry fields forever'".