

“Tá cansada de live, né, minha filha?” Foi em um clima leve e bem-humorado – e cheio de referências à pandemia - que Zeca Baleiro fez neste sábado (31) o primeiro show de teatro em Belo Horizonte em sete meses. A apresentação, no Cine-Theatro Brasil Vallourec, foi híbrida. Houve plateia – 35% da capacidade da sala – mas também transmissão ao vivo pela internet, para todo o país.
É como andar de bicicleta – para ele e para o público. “Parece que é a primeira vez”, ele disse, logo após pisar no palco do teatro, ao lado de sua “banda”, o violonista, guitarrista e gaitista Tuco Marcondes. Uma vez iniciado o show, a plateia, no início tímida com as máscaras (“daqui de cima, com todo mundo mascarado, parece que estou num filme de faroeste”), logo se soltou.
A despeito do distanciamento entre as poltronas – duas entre cada pessoa; só as laterais do teatro comportaram casais e duplas, que ocupavam uma fileira cada – e da máscara onipresente, passada a segunda, terceira músicas, não havia barreiras.

Sucessos com uma pegada romântica – Quase nada, Era domingo – também estavam no repertório. Que teve também uma homenagem a três mineiros – Lô e Márcio Borges e Beto Guedes – com uma versão, só voz e violão, de Equatorial.

Deu trabalho para o público. Proibida pra mim, do Charlie Brown Jr., que ele gravou e muita gente conhece pela versão de Zeca, foi entoada somente pelo público. Contou ainda da prolífica produção durante a quarentena – foram pelo menos 40 novas canções, em parceria com Flávio Venturini, Zélia Duncan, Vinicius Cantuária. Cantou até uma delas, o poema Distantes e tão próximos, que musicou após recebê-lo no início da quarentena.
Terminado o show, Zeca ainda voltou para o bis. A divertida Toca Raul, acompanhada pela plateia de pé, encerrou a apresentação. “Este cara que é o mito”, ele disse, sem precisar explicar mais nada.
Veja Zeca Baleiro cantando Telegrama