Os 380 ingressos colocados à venda para o show que Zeca Baleiro faz neste sábado (31), no Cine Theatro Brasil Vallourec, a primeira apresentação com público em teatro em Belo Horizonte desde março, esgotaram-se na última segunda-feira (26).
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A apresentação será no “modelo pandemia”, tudo muito intimista. No palco, somente Zeca e Tuco Marcondes, cada qual com seu violão. “Show faz falta, porque ele está incorporado na nossa rotina. Para mim, pelo menos dois fins de semana de cada mês são destinados a isso. Tocar ao vivo, interagir com o público é um trabalho que tem sua certa dose de prazer. E live é um pouco estranho, pois tocar ao vivo não é só a performance. Há o ritual, que tem necessariamente a ver com a presença, a emoção das pessoas”, afirma Baleiro.
A despeito de perdas e tragédias acumuladas nos últimos sete meses, ele diz que a parada foi deveras produtiva. “Tive um tempo para mim que há muito não tinha. Entabulei novas parcerias, compus, por exemplo, com Vinicius Cantuária e Flávio Venturini. Com Zélia Duncan, com que não compunha há tempos, voltei a compor por força do isolamento”, diz ele, que contabiliza 40 novas canções produzidas no período.
REPERTÓRIO
O show de amanhã, também o primeiro de Baleiro com público desde então, terá como base seus dois álbuns de 2019, O amor no caos – volumes 1 e 2, além de sucessos da carreira. Seu novo álbum, Canções d’além mar, lançado em julho, um belo apanhado de 11 canções de músicos portugueses até os anos 2000, demorará um pouco mais para ganhar o formato de show.
“É um disco que existe na minha cabeça há 15 anos. Tive cinco ou seis discos lançados em Portugal, então fiz muitas viagens para lá. Ali começou meu interesse pela música popular, brincava que deixava meu cachê na Fnac de Lisboa, que tinha uma seção imensa de discos portugueses e africanos. O trabalho vem um pouco de um lado de músico curioso, mas também de uma prestação de contas, entre aspas, de mostrar para o público brasileiro uma produção que não se conhece aqui.”
O repertório de Canções d’além-mar reúne músicas dos anos 1960 até o final da década de 2000, de autores como Carlos Tê, Jorge Palma, Pedro Abrunhosa, Rui Veloso e António Variações. “É uma produção equivalente à MPB brasileira”, comenta Baleiro, que prevê, para o futuro, um volume 2 com canções da safra atual.
O show de Zeca Baleiro neste sábado só se viabilizou porque o artista havia sido contratado para fazer uma live no Cine Theatro Brasil nesta sexta (30). “Quando houve a liberação, só mudamos a data. Ainda que o protocolo libere 50% (da capacidade de cada teatro), colocamos um número menor de ingressos à venda por ser o primeiro, para evitar fila, já que precisamos ter muito cuidado”, afirma Sandra Campos, gestora de planejamento e Ação Cultural do Cine Theatro Brasil.
Com cuidado redobrado, medição de temperatura do público, distanciamento de poltronas e entrega dos ingressos, que será feita em um balcão protegido por acrílico, a gestora anuncia outros eventos, também no modelo presencial e virtual. No próximo dia 20, Maria Ribeiro apresenta o monólogo Pós-F, baseado no livro homônimo de Fernanda Young, e para 27 de novembro está previsto show de Roberta Sá
ZECA BALEIRO
Show neste sábado (31), às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec. Ingressos esgotados para o teatro, disponíveis apenas para a transmissão on-line. R$ 10. Vendas: www.cinetheatrobrasil.com.br.