Prestes a completar 83 anos, Roberto Menescal, que nasceu em 25 de outubro de 1937, acaba de lançar nas plataformas digitais o single As cores das flores, acompanhado de um videoclipe gravado no orquidário que o mestre da bossa nova cultiva em sua casa, no Rio de Janeiro.
As cores das flores é a primeira parceria de Menescal com o jornalista, cantor, compositor e executivo da Som Livre Márcio Moreira e deve integrar o álbum que Moreira planeja lançar no ano que vem. Jornalista e executivo do segmento musical há uma década, acostumado a estar nos bastidores de projetos de artistas como Ney Matogrosso, Baby do Brasil, Erasmo Carlos e Laila Garin, ele agora aposta em duas paixões: cantar e compor.
Moreira conta que conheceu Menescal durante a produção do álbum Cazuza em bossa. “No meio dos bate-papos de trabalho, surgiu a ideia de compormos algo.” Alguns dias depois, inspirado por uma reportagem que leu acerca do amor do músico pelas flores, escreveu a letra e mandou para ele. “Vi que Menescal cultivava bromélias em sua casa e que iria participar de um concurso em Petrópolis. Achei bonito e poético, um cara que compõe, canta e ainda cultiva flores. Aí escrevi As cores das flores, que, na verdade, é um poema em homenagem a ele, e que fala dessa coisa do amor e da flor.”
Na resposta enviada via áudio de WhatsApp, Menescal já tocava e cantava a nova canção, inaugurando a parceria. “Fiquei emocionado e pensei: isso aqui é o single de trabalho. Tenho que apresentar o meu trabalho artístico a partir desse encontro incrível.”
Mas o novo parceiro não se contentou em parar por aí. “Como a minha cara de pau já tinha sido bem-sucedida na parceria, convidei-o para cantar comigo também, e ele topou na hora”, diz Moreira, paraense radicado no Rio de Janeiro há 12 anos.
Moreira conta que o seu álbum terá também participações de Lia Sophia, Laila Garin e Michael Sullivan, além de parcerias com compositores contemporâneos de sua terra, como Gabriel Andrade e Alessandro Bacchini.
“Sempre compus, mas ficava naquela iminência de algum dia aparecer alguém para gravar minhas coisas, porque nunca me senti artista. Só que veio essa pandemia e ficamos muito perto da morte. E aquilo foi me dando muito medo. Pensava: se pego essa doença e morro, minhas canções vão ficar onde?. Aí pensei: tenho que fazer algo.”
MOÇADA
Veterano da bossa nova, reconhecido no Brasil e no exterior, Menescal segue cheio de projetos. “Quando comecei minha carreira, no final dos anos 1950, consegui, junto aos meus amigos músicos, desvendar os novos caminhos daquela época, mas agora sigo na correnteza da moçada.”
Na última quinta-feira (22), ele lançou no YouTube um clipe gravado com nove músicos japoneses com a canção O barquinho (Menescal/Bôscoli), com o intuito de comemorar os 60 anos da música. “Ficou muito legal, e eu pedi para que eles cantassem em português. O arranjo é meu e a produção musical do baterista japonês Kazuo Yoshida. A edição é do cineasta Fred Freitas e a mixagem é do meu filho Márcio, com todos os músicos gravando de suas casas, no Japão”, conta.
As cores das flores
.Roberto Menescal e Marcio Moreira
.Labidad Music
.Single disponível nas plataformas digitais