A liberdade é o estado de espírito que Rodrigo Santos, ex-baixista do Barão Vermelho, almeja com o mais recente trabalho solo. Das coisas simples, que se tornaram fundamentais, como pedalar à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, até a dor de perder um amigo sem poder se despedir, muitas foram as inspirações para projeto do novo álbum 'Livre', um registro sonoro do momento atual e de reflexões sobre o futuro.
Com parcerias nacionais de diferentes cidades, como Roberto Menescal, Guto Goffi, baterista do Barão, George Israel, ex-Kid Abelha, Mauro Sta Cecília, e também internacional, como é o caso da colaboração com o inglês Andy Summers, guitarrista do Police, o disco é composto por inspiração, mas também transpiração ao ter que se adaptar às gravações à distância.
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Rodrigo descreveu a nova rotina em três palavras, “distanciamento, máscara e pedaladas”. “Quando comecei a pedalar em volta da lagoa, em horários desertos, fiquei emocionado só de olhar. Vi uma garça e a lagoa limpa, a ponto de ver o fundo. Vi coisas e animais que nunca tinha visto por alí”, conta.
Parceria
A partir da curiosidade, Rodrigo fez uma pesquisa sobre temas emergentes como, por exemplo, a natureza e os animais que voltaram a aparecer durante o período de reclusão humana. Assim surgiu a faixa Arca de Noé 2020, com contribuição da guitarra de Andy Summers e videoclipe no YouTube.
A parceria e amizade com o inglês perduram desde 2012, quando foram apresentados pelo, então, futuro empresário Luiz Paulo Assunção. João Barone, baterista dos Paralamas do Sucesso, completa o trio no duradouro projeto em turnê Call The Police, que traz o repertório da banda inglesa.
A pandemia também privou milhares de velar entes e amigos que se foram com a COVID-19. Como foi o caso do xará, parceiro de rock and roll e jornalista esportivo, Rodrigo Rodrigues, que faleceu recentemente. “Desses meses todos, (esse) foi o momento mais difícil para mim. Eu conversava com o Rodrigo todos os dias, planejávamos o projeto musical Os Rodrigos. Ele estava muito presente de dois anos para cá e era um cara muito pra cima, alto-astral. Tínhamos papos de três horas e, ao longo do processo, ele foi ficando monossilábico”. Em 28 de julho, veio o anúncio do falecimento do amigo. Na madrugada, horário em que conversavam geralmente, Rodrigo pegou o violão e compôs, de uma só vez, Quem sabe mais, quinta faixa do disco e homenagem de despedida.
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira