Minnozzi conta que ouvia música brasileira desde os primeiros passos, mesmo antes de conhecer o país. “A primeira vez em que vim ao Brasil foi em 1996 e me apaixonei de verdade. Confesso que gravar esse disco foi uma grande ousadia, porque amo a música brasileira. Sempre admirei seus grandes intérpretes e compositores, principalmente aquela música feita no final dos anos 1950 até os anos 1960, como a bossa nova de João Gilberto e o tropicalismo de Caetano e Gil.”
No repertório, Minnozzi destaca alguns compositores brasileiros e presta homenagem a Antonio Carlos Jobim, que comparece com sete composições, entre elas Vivo sonhando, Chega de saudade, Amor em paz (Once I loved), Dindi, Desafinado, A felicidade e Triste. Escutando o álbum fica mais fácil sentir a influência da cantora italiana nas outras músicas, tanto nos arranjos quanto no suingue, principalmente quando refere à sua parceria com João Gilberto. “Não posso negar que a bossa nova me influenciou muito. Também adorava Elis Regina.”
A cantora acredita que as músicas gravadas são atemporais. “Ouvir Desafinado hoje é mais emocionante do que há 60 anos. É uma canção atemporal e que será cantada daqui a 100 anos e com muito mais veneração. O Brasil tem um cardápio de novas gerações que é fabuloso e precisa ser apresentado lá fora também.”
Minnozzi lembra que em 2021 completará 25 anos de carreira no Brasil, mas revela que resolveu lançar o disco um ano antes. “Sinto que fiz um bom trabalho, primeiramente de forma extremamente humilde, mas, ao mesmo tempo, bem-elaborado em todos os detalhes. Isso porque venho fazendo muitas parcerias com grandes músicos e intérpretes da música brasileira, inclusive Milton Nascimento, com quem fiz um dueto cantando Travessia.”
LIBERDADE
Entre vários outros parceiros, ela lembra Emílio Santiago, Simoninha e Martinho da Vila. “A música brasileira é muito rica e está no DNA do povo. É um acervo único, eclético e imenso. O Brasil é um continente de música. Decidida a gravar o disco, optei por um repertório que pudesse dialogar com o jazz e com a improvisação, que é o que fez a música brasileira ser conhecida no mundo. É uma forma transversal de olhar a música. No disco há de tudo, olhares, sentidos e perfumes, por isso se chama Sensorial.”
Ela revela ainda que o disso traz repertório irretocável, mostrando clássicos de alguns dos maiores compositores brasileiros. “Esse foi apenas o número 1, certamente outros virão. A matriz do meu novo trabalho ou dos próximos terá como tema a liberdade. Não é porque agora eu fiz isso e está dando certo, mas porque tenho recebido palavras elogiosas de muitos críticos de Nova York e da Espanha.” Sensorial também será lançado nos formatos físico CD e LP.
SENSORIAL – RETRATIOS EM BOSSA NOVA
Selo Tratore
Álbum com 13 músicas
Disponível nas plataformas digitais