Muito antes de as lives inflacionarem a demanda por cenários para shows realizados durante o isolamento social, a banda Jota Quest já estava de olho no prédio do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
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TELA
Um ano depois, o Jota se reencontrará com o CCBB. Desta vez, o prédio histórico será o cenário do terceiro show on-line da banda nestes dias de pandemia. A opção, mais que nunca, faz sentido. O vocalista Rogério Flausino afirma que neste momento em que lives deixaram de ser novidade, com audiência em queda e superoferta de shows, é preciso pensar em projetos que agucem a curiosidade, cativando o público a se concentrar na tela do celular, do computador ou da televisão.
“Nossas duas lives (A voz do coração, em junho, e Dias melhores, em maio) foram muito legais. Por isso, a próxima terá de ser especial”, diz Flausino. Neste sábado (22) à noite, o show vai ao ar no canal da banda no YouTube. Além de música, sorteios, promoções e ação solidária em prol da campanha Proteja e Salve Vidas. Iniciativa da Fundação Banco do Brasil, o projeto destina cestas básicas, alimentos não perecíveis, material de limpeza e EPIs para a população carente.
Flausino comenta que o Jota teve de se desdobrar para surpreender os fãs. “Durante o dia, o pátio onde vamos nos apresentar é muito lindo. Mas o show será à noite, um baita desafio para quem vai filmar. Como iluminar a banda e esse lugar que queremos muito mostrar?”, observa o vocalista, sem esconder a ansiedade.
Para dar conta do recado, a produção contará com oito câmeras, um drone e uma grua. Não haverá palco. Os músicos ficarão em roda, no chão. E seguindo as regras do protocolo antipandemia, ressalta o cantor.
O repertório será quase o mesmo do disco Jota Quest acústico, lançado há três anos. O público ouvirá clássicos da banda e duas ou três canções que ganharão formato acústico pela primeira vez. O setlist contará também com A voz do coração e Guerra e paz, faixas do álbum que seria lançado este ano e ficou para 2021.
“Por conta da pandemia, está difícil juntar a banda para finalizar o novo trabalho”, explica Rogério, dizendo que a nova data traz uma vantagem. “Energeticamente falando, ele vai combinar mais com 2021, quando comemoramos os 25 anos de lançamento do Jota Quest, o disco das perucas”, afirma. Ele se refere ao cabelo black power ostentado pelos músicos na capa do álbum.
Se depender do otimismo de Flausino, 2021 será o ano da retomada. “Vamos levar a turnê comemorativa dos 25 anos aos estádios e pretendemos fazer a turnê na Europa”, diz. Os dois projetos tiveram de ser adiados por causa da pandemia.
CABINES
Na opinião de Rogério Flausino, esses planos se viabilizarão no segundo semestre de 2021. No início do ano que vem, eventos musicais devem recomeçar com pequenas plateias. Alguns poderão adotar o formato do show que o cantor Sam Fender fez na Virgin Money Unit Arena, na Inglaterra, onde 2,5 mil pessoas se dividiram em 500 cabines.
“Todo mundo sonha com o retorno, eu também. Precisamos voltar o mais rápido possível para a roda girar novamente”, afirma Flausino, preocupado com a sobrevivência das equipes técnicas. “A galera de som, áudio e montagem de equipamentos – não só de shows, mas de casamentos, festas de empresas, etc. – ganha por cada trabalho. Como o segmento inteiro parou, é muito angustiante”, conclui.
ACÚSTICO JOTA QUEST CCBB LIVE
Neste sábado (22), às 20h, na página oficial da banda (youtube.com/jotaquest)
REGGAE MINEIRO
Neste domingo (23), a banda Exodus (foto) vai estrear no projeto Música para todos, apresentando sucessos de Bob Marley. O grupo é formado por integrantes do Skank, Jota Quest, Pato Fu, Terral e ex-integrantes do Tianastácia: Henrique Portugal (teclado e voz), PJ (baixo), Glauco Mendes (bateria), Mateus Gontijo e Nêga Kelly (vocais) e Leo Lachini (guitarra). O coletivo faz live às 18h, na página do Sesc Minas no YouTube