O ativismo on-line dos fãs de pop coreano não é novidade. No entanto, nas últimas semanas os stans - como são chamados os ávidos fãs do gênero — movimentaram a internet com reivindicações políticas e sociais.
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“Por isso, do ponto de vista ocidental, ser fã de k-pop já é um ato político por si só, porque dá conta de um universo que não é centrado nos ideais ocidentais ou branco: é o consumo de uma cultura amarela, asiática e não falante do inglês”, completa a pesquisadora.
Apesar de não ser um grupo homogêneo, nos últimos dias, a comunidade se uniu para levantar algumas pautas. Nos Estados Unidos, os k-poppers tentaram esvaziar o comício do Presidente Donald Trump, em Oklahoma, em 20 de junho. Os fãs do gênero junto aos usuários do TikTok afirmaram ser responsáveis pelo baixo público do evento.
Eles fizeram o registro on-line para participar do palanque, mas não compareceram a fim de boicotar o comício. No entanto, o porta-voz de Trump, Tim Murtaugh, afirmou em comunicado que o registro ao comício não significava presença.
Eles fizeram o registro on-line para participar do palanque, mas não compareceram a fim de boicotar o comício. No entanto, o porta-voz de Trump, Tim Murtaugh, afirmou em comunicado que o registro ao comício não significava presença.
O uso do espaço on-line para trocas e consumo dos conteúdos de k-pop é essencial para os fãs. Eles usam a internet para troca de informações, organização de eventos, tradução de conteúdo e outras atividades que rondam os fãs-clubes. “Subir hashtags, decifrar algoritmos e potencializar o engajamento são conhecimentos aprendidos e utilizados pelos fãs, que têm como grande objetivo usufruir e difundir o k-pop”, pontua a doutoranda.
Com a proximidade da internet, no mês passado, os stans também protestaram nas redes sociais contra o racismo e a violência policial durante o ápice da onda de protestos Black Lives Matter — em tradução livre, vidas negras importam. A polícia de Dallas pediu para os cidadãos enviarem vídeos de atividades ilegais de manifestantes durante os protestos. E os ativistas encheram o software com vídeos do universo do gênero musical, como apresentações e momentos das bandas BTS, Blackpink, EXO e Red Velvet.
O material foi tão grande, que o aplicativo travou. “No caso da comunidade k-popper, outras pautas caras ao fandom podem se apresentar e se tornar ativismo em favor de causas sociais, já que o know-how de como impactar o cenário on-line faz parte do dia-a-dia e é implementado nessas ações. Os fãs de K-pop sabem da sua força, então estão utilizando-a”, afirma Mazur.
O material foi tão grande, que o aplicativo travou. “No caso da comunidade k-popper, outras pautas caras ao fandom podem se apresentar e se tornar ativismo em favor de causas sociais, já que o know-how de como impactar o cenário on-line faz parte do dia-a-dia e é implementado nessas ações. Os fãs de K-pop sabem da sua força, então estão utilizando-a”, afirma Mazur.
*Estagiária sob supervisão de Igor Silveira