A rapper MC Soffia viralizou na internet em 2016, ao lançar o clipe da canção Menina pretinha. Com apenas 12 anos na época, a cantora versava sobre a importância da autoaceitação e ressaltando a falta de representatividade em bonecas. “Devolva minhas bonecas/ Quero brincar com elas/ Minhas bonecas pretas/ O que fizeram com elas?/ Vou me divertir enquanto sou pequena/ Barbie é legal, mas eu prefiro a Makena africana”, canta.
Hoje, aos 16 anos, a cantora segue trazendo mensagens de empoderamento nas canções, afirmando a autoestima de meninas pretas. “Eu canto, mas não falo somente sobre o momento da dor, faço minhas músicas mostrando que passamos pela escravidão e o que podemos fazer agora. O objetivo é que as meninas se aceitem, porque, quando isso acontece, elas conseguem ter um olhar amplo e pensar que podem conquistar o que desejam”, explica.
A artista esclarece que utiliza a arte como forma de comunicação. “Na minha música, passo mensagem para crianças, adultos, pais e até escolas. Quando uma escola pega minha arte para passar em uma aula, mostra que a minha música funciona como meio de estudo, que outra criança vai ouvir, e, quando ler um livro, vai entender porque ela é negra, porque precisa se aceitar, que ela é linda, sim, e precisa se amar. No movimento hip-hop, usamos a arte como forma de comunicação de conhecimento, para mostrar às pessoas das periferias que elas também podem conquistar”, diz.
Este mês, Soffia lançou Raízes, dando protagonismo na canção a um importante elemento da autoestima negra: o cabelo. “Eu amo meu cabelo/Amo ele assim, black, raspado, liso, solto… /essa é minha raiz/ por isso eu sou feliz, por isso eu sou feliz/Essa é minha raiz/Joga o cabelo pra lá / joga o cabelo pra cá/ Minha raiz é forte / e ninguém vai me parar”, rima em trecho da música.
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A artista esclarece que utiliza a arte como forma de comunicação. “Na minha música, passo mensagem para crianças, adultos, pais e até escolas. Quando uma escola pega minha arte para passar em uma aula, mostra que a minha música funciona como meio de estudo, que outra criança vai ouvir, e, quando ler um livro, vai entender porque ela é negra, porque precisa se aceitar, que ela é linda, sim, e precisa se amar. No movimento hip-hop, usamos a arte como forma de comunicação de conhecimento, para mostrar às pessoas das periferias que elas também podem conquistar”, diz.
Este mês, Soffia lançou Raízes, dando protagonismo na canção a um importante elemento da autoestima negra: o cabelo. “Eu amo meu cabelo/Amo ele assim, black, raspado, liso, solto… /essa é minha raiz/ por isso eu sou feliz, por isso eu sou feliz/Essa é minha raiz/Joga o cabelo pra lá / joga o cabelo pra cá/ Minha raiz é forte / e ninguém vai me parar”, rima em trecho da música.
De acordo com a rapper, o empoderamento é um elemento que faz parte da luta do povo preto, mas que essa mesma luta também se modifica. “As gerações da minha avó, mãe e tia lutaram, e eu estou lutando também. Queremos ter direitos iguais e estar nos mesmos setores.”
Mídia e protestos
Para MC Soffia, o levante de protestos pelas vidas negras, que se intensificaram com a morte do ex-segurança negro George Floyd por um policial branco, sempre existiram. “O protesto é uma forma de mostrar nossa revolta. É uma forma de mostrar que estamos cansados de ver nosso povo morrendo. Desde a época dos Panteras Negras, eles marchavam e continuou morrendo preto. Passou a década, e continuou morrendo preto! Então, para chegarmos no nível de irmos protestar nas ruas é porque não aguentamos mais”, ressalta.
A artista ainda completa dizendo que pessoas negras não sabem falar apenas de racismo, e deveriam ganhar a mesma repercussão quando tratam de outras pautas. “As pessoas precisam começar a chamar a gente para falar, mas não só no Mês da Consciência Negra. Há muitas pessoas pretas que não querem só falar de racismo. O racismo é uma pauta importante, mas, por exemplo, tem negros médicos, atores, bombeiros etc., e podem falar dessas profissões também. É preciso entender que não só falamos de racismo, temos outros conhecimentos. Se me chamarem para falar sobre esporte, como cuidar do cabelo, como viajar para fora, isso eu posso falar também. Precisam nos colocar para falar todos os dias, não só quando convém”, finaliza.
*Estagiário sob a supervisão de Igor Silveira