Barris de cerveja, móveis de madeira, cartas de pôquer e pessoas armadas com pistolas e vestidas com coletes, botas de couro e roupas em tons terrosos. Esse é cenário do clipe Será, nova música da banda mineira Lagum, em parceria com a cantora Iza. Inspirado nos clássicos filmes de faroeste, a letra fala sobre a vida e faz referência ao samba de Zeca Pagodinho. O clipe está disponível no YouTube da banda e o single nas plataformas de streaming.
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“Também pensei na música quando vi Os oito odiados, que tem um tema 'tan tan tan tan' e me remeteu a uma cavalgada”, completa o músico. Será é o segundo single lançado do novo disco da banda, que, segundo Calais, ainda não pode ter o nome revelado, pois estragaria a surpresa para os fãs e daria spoilers sobre os próximos lançamentos. O primeiro single, Hoje eu quero me perder, foi lançado em março.
O disco estava previsto para julho. Mas, por causa da pandemia e do isolamento social, teve o lançamento adiado por tempo indeterminado. “Esse será o terceiro álbum da nossa vida e é o melhor trabalho que fizemos até agora. A parte visual será muito importante e as pessoas podem ter expectativas muito altas”, garante Pedro.
Os fãs da banda mineira terão que esperar o fim das restrições de isolamento social para conferir o álbum completo. “Tivemos que mudar o nosso planejamento e abortar a missão. Vamos lançar quando der para fazer show”, explica Calais. No entanto, o músico adianta que a nova turnê, ainda sem data, será uma das maiores do grupo. “No final do clipe (Será), a gente já entrega um spoiler: nossos clipes vão ter sempre uma continuação.”
Na história de Será, Pedro Calais e Iza interpretam dois pistoleiros do Velho Oeste que acabam entrando em uma briga com frequentadores de um bar. “A Iza é um dos maiores nomes da música, canta demais e tem muitas ideias boas. A gente a admira e viemos falando dela desde o início de 2019. E quando rolou de fazer a parceria, vibramos demais, porque somos muito fãs dela”, comemora o vocalista da Lagum. O vídeo foi gravado em fevereiro, antes de o isolamento começar.
TATUAGENS
Durante a quarentena, Calais, que está passando esse período com a família, conta que começou a se aventurar como tatuador. “Tatuo o meu irmão e ele me tatua. Sempre gostei disso, mas parecia muito difícil ter uma maquininha. Um dia, surtei e pensei: 'Vou ver como é'. Falei com um amigo e consegui uma máquina com ele. Já tatuei a minha perna, meu irmão… A gente cria personagens, frases engraçadas e piadas internas”, diverte-se.
O cantor ressalta a importância do isolamento na pandemia. “Neste momento, é muito importante estarmos em casa. Estou sem rotina, vou fazendo o que aparece para fazer: se der fome, eu como, se der vontade, ligo a TV...”. Calais conta que neste período também começou a ler mais, assistir a mais séries e filmes, e voltou a praticar exercícios físicos com regularidade. O livro Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez, preferido do músico, é uma indicação dele para esta quarentena.
Mesmo com o isolamento, Pedro e Otávio Cardoso, Jorge, Tio Wilson e Chicão Jardim, os outros integrantes da Lagum, continuam planejando os próximos lançamentos por meio de reuniões on-line. “Estamos trabalhando bastante, pelo celular parece que trabalhamos mais do que no presencial. Mas tá sendo bom para pensarmos mais no conceito (do disco) e esperamos que isso passe logo.”
*Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro