O baterista Jimmy Cobb morreu no domingo (24), aos 91 anos, de câncer no pulmão, informou a família dele, nos Estados Unidos. Cobb gravou com Miles Davis Kind of blue, o álbum mais vendido da história do jazz, lançado em 1959.
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Tatá Aeroplano capta o espírito destes tempos de criseCPM 22 e Fresno participam de festival on-line no dia 30Turnê 'US+Them' de Roger Waters dá origem a documentárioSkank anuncia que vai fazer 'live' direto do Mineirão no próximo sábadoApós 11 anos sem trabalhos inéditos, Fernanda Porto lança disco autoralNascido em Washington, Wilbur James Cobb teve longa carreira. A ligação dele com Miles Davis começou no início de 1955, quando o baterista se estabeleceu em Nova York em busca de oportunidades. Logo passou a trabalhar com o ícone do jazz, mas também tocou com John Coltrane, Cannonball Adderley, Wes Montgomery, Dizzy Gillespie, Dinah Washington e Pearl Bailey.
Em 2007, em entrevista ao jornal espanhol El País, Cobb disse que a gravação de Kind of blue “foi uma sessão como outra qualquer”. “Fui o primeiro a chegar ao estúdio, coloquei a bateria e esperei que os outros chegassem (...). De certa forma, toquei como todo mundo naquela época, embora do meu jeito, claro. Comecei a tocar o estilo Philly Joe porque pensei que era o que Miles queria, até que percebi que não precisava, o que foi um alívio.”
Na entrevista, ele comentou como via o “fenômeno” Kind of blue, um dos álbuns mais cultuados da história da música. “Acho que estávamos no lugar certo, na hora certa, não sei. Você precisa levar em conta o que estava ocorrendo quando gravamos. Bebop se tornou uma coisa muito complicada, todo mundo tocando as mesmas peças, os mesmos padrões. Então, Miles apareceu fazendo exatamente o oposto, mas era assim que ele fazia as coisas”, comentou.
“Kind of blue gerou um tipo de movimento social. Todo mundo estava ouvindo o mesmo e sentindo o mesmo. É provavelmente por isso que o álbum continua vendendo”, disse Cobb.
CAMPANHA
Apesar de seu reconhecido talento e de sua contribuição ao jazz, Jimmy Cobb enfrentou graves problemas financeiros no final da vida. Em janeiro deste ano, a família lançou uma campanha buscando recursos para despesas não pagas pelo seguro de saúde do baterista.Serena Cobb, filha do instrumentista, comentou, ao explicar a iniciativa: “Ele é um homem humilde que sempre ajudou sua comunidade, nunca pediria algo para si próprio”. De acordo com agências de notícias, a campanha conseguiu arrecadar cerca de US$ 90 mil.
ADEUS A LILY
Considerada a última cantora de rua de Paris e amiga do icônico Maurice Chevalier, Lily Lian (foto), de 103 anos, morreu domingo (24), em Paris, informou seu afilhado, Michaël Gautier. Ela estava internada em um hospital na capital francesa. A canção Lily Paname foi um de seus grandes sucessos nas décadas de 1950 e 1960. A artista passou à posteridade em duas imagens do famoso fotógrafo Robert Doisneau. Lian se apresentou com Edith Piaf, Tino Rossi e Yves Montand.