Carlinhos Vergueiro lança álbum com nove músicas inéditas

Das 11 faixas de Tô aí, apenas duas já foram gravadas. Trabalho marca também novas parcerias

Augusto Pio 19/05/2020 07:52
Nina Jacobi/Divulgação
Carlinhos Vergueiro comemora o lançamento de Tô aí: 'Fazia um tempo que não gravava um disco autoral' (foto: Nina Jacobi/Divulgação )
“São músicas que fiz em parceria com uma geração de craques e pessoas que estiveram sempre presentes na minha trajetória, como J. Petrolino, Paulo César Pinheiro, Eduardo Gudin, Francis Hime, além de uma rapaziada nova que conheci nesta minha volta a Sampa.” É assim que Carlinhos Vergueiro define as 11 canções – sendo nove inéditas – de seu novo álbum, Tô aí (Biscoito Fino). Parceiro de nomes como Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Adoriran Barbosa e Arlindo Cruz, o cantor e compositor paulista diz que o CD representa uma renovação, tanto no repertório quanto nas colaborações, quase todas compostas após o seu retorno à sua cidade natal.

Por tudo que eu amo, parceria com Francis Hime, e Meu delírio, com Eduardo Gudin, são as duas músicas não inéditas no novo álbum de Vergueiro. “Os dois já haviam gravado essas canções, mas eu ainda não.” O disco traz valsas, boleros e sambas, ritmo que o consagrou.

O compositor garante que a amizade com Arthur “Favela” Tirone e Bruno Ribeiro rendeu dois sambas da melhor qualidade. Trata-se de Tô aí, que dá nome ao CD, já disponível nas plataformas digitais, e De mais a mais. “O disco traz também as participações da cantora paulista Hilda Maria e dos parceiros Cadu Ribeiro e Arthur Tirone (vocais), Eduardo Gudin e Douglas Germano (violões) e de Francis Hime (piano), além de um time de músicos e arranjadores de primeira linha.”

Vergueiro ressalta que o álbum está nos formatos físico e digital e que todas as gravações ganharam registros em vídeos que podem ser assistidos tanto na sua página oficial quanto na da Biscoito Fino. “Fazia um tempo que não gravava um disco autoral. Morei por muitos anos no Rio de Janeiro e quando voltei para São Paulo, há cerca de três anos, conheci, jogando bola, uma rapaziada muito boa. Falo que o futebol sempre me proporcionou parcerias e amigos em todas as áreas. Ele sempre foi muito importante em minha vida.”

O músico relembra como conheceu os novos parceiros. “Foi em uma pelada que um parceiro me convidou para jogar, em um time chamado Madrugada. A partir daí, comecei a fazer muitas músicas. De repente, o Petrolino, parceiro com quem tenho mais músicas e que estava meio parado, começou a me mandar letras. Comecei a compor com ele novamente. Já estava com um material grande de músicas inéditas e fui me empolgando com os parceiros novos e os antigos e, de repente, me deu vontade de gravar um disco.”

Vergueiro conta que primeiro lançou o single To aí. “Acabei decidindo fazer este disco, que ficou pronto no começo do ano. Pretendia lançá-lo no final de março, mas com a pandemia do coronavírus, tive que adiar. Por enquanto, não vou poder fazer um show de lançamento e o jeito é me adaptar às modernidades digitais, que são outras formas de divulgação”, admite. Ele também está aproveitando este período de isolamento social para compor.

O artista garante que está feliz com o novo trabalho. “Gravei quase tudo em Sampa, sendo que a exceção ficou por conta de Por tudo que amo, cuja gravação foi no Rio de Janeiro, ao lado de Hime. Pude gravar também com ótimos músicos, parceiros de muitos anos e com participações especiais muito interessantes. Tô aí é um samba que ficou muito legal, Liberdade marcou o retorno da minha parceria com o Petrolino, uma música muito bonita que contou com o arranjo do Marcelinho do Cavaco e a participação de Hilda Maria, que antes já havia gravado um disco com músicas minhas.”

ALZHEIMER 
Meu delírio,  samba que Vergueiro compôs com Gudin, que também fez o arranjo e tocou violão durante a gravação. “Cantei meu samba contou com a participação do próprio Cadu cantando. A Valsa do esquecimento tem como tema o Alzheimer. Ela tem o arranjo de Márcio Guimarães e a participação do músico cubano Yaniel Matos, que tocou cello. A flor do meu lugar eu fiz com o Douglas Germano, que é um grande compositor de São Paulo e com quem já tinha feito músicas no fim da década de 1990, quando fizemos muitos sambas. Ele também foi o responsável pelo arranjo.”

Em Por tudo que eu amo, Hime tocou piano e Vergueiro cantou. “Pra quem não sabe é um samba que fiz sozinho, e A cruz e a estrela é uma canção muito bonita que fiz com Paulo César Pinheiro. Linha de fogo é só minha e contou com arranjo de Italo Perón, produtor e violonista que já fez muitos shows comigo, e De mais a mais tem a participação de Tirone no vocal.”

TÔ AÍ
De Carlinhos Vergueiro
Biscoito Fino
11 faixas
Preço médio sugerido: R$ 36
Disponível nas plataformas digitais

REPERTÓRIO

1. To aí (Carlinhos Vergueiro/Arthur Tirone/Bruno Ribeiro dos Santos)
2. Liberdade (Carlinhos Vergueiro/J. Petrolino)
3. De mais a mais (Carlinhos Vergueiro/Arthur Tirone/Bruno Ribeiro dos Santos)
4. Linha de fogo (Carlinhos Vergueiro)
5. Meu delírio (Eduardo Gudin/Carlinhos Vergueiro)
6. Cantei meu samba (Carlinhos Vergueiro/Cadu Ribeiro/Gregory Andreas)
7. A cruz e a estrela (Carlinhos Vergueiro/Paulo César Pinheiro)
8. Pra quem não sabe (Carlinhos Vergueiro)
9. Valsa do esquecimento (Carlinhos Vergueiro/Arthur Tirone)
10. A flor do meu lugar (Carlinhos Vergueiro/Douglas Germano)
11. Por tudo que eu amo (Francis Hime/Carlinhos Vergueiro)

MAIS SOBRE MUSICA