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Com Dudu Nobre, projeto dedicado ao grupo Oito Batutas estreia em BH

Oito Batutas inovou ao mesclar ritmos brasileiros ao jazz - Foto: Pixinguinha.org/Reprodução
O primeiro grupo musical brasileiro que chamou a atenção do mundo ganha homenagem em Belo Horizonte. A série Do Palais a Paris – 100 anos do Oito Batutas promoverá quatro shows no CCBB, a partir desta quarta-feira (15), conduzidos pelo conjunto Época de Ouro, dedicado à música instrumental e fundado por Jacob do Bandolim em 1964. O convidado de hoje é o sambista carioca Dudu Nobre. As próximas atrações serão Lucas Brito (dia 22), Nailor Proveta (dia 29) e a cantora Fabiana Cozza (5 de fevereiro).



As apresentações serão conduzidas pelo ator, produtor e sambista Haroldo Costa, com idealização e direção musical do maestro Antonio Seixas e concepção da Banda Filarmônica do Rio de Janeiro. Em abril de 1919, o grupo Oito Batutas estreou no Cine Palais, no Rio de Janeiro. Em 1922, durante turnê em Paris, o conjunto, influenciado pelo jazz, chamou a atenção da Europa ao incorporar novas sonoridades à música popular. Pixinguinha (flauta), Donga, Raul Palmieri e China (violões), Jacob Palmieri (pandeiro), Luís Pinto (reco-reco), Nelson Alves (cavaquinho) e José Alves de Lima (bandolim e ganzá) eram os oito componentes.

O maestro Antônio Seixas explica que o projeto partiu de sua pesquisa sobre a música criada no Rio de Janeiro no início do século 20. “Em 2019, celebrou-se o centenário da estreia do Oito Batutas. Prestamos homenagem a ele por sua relevância na cultura brasileira”, afirma.

“O grupo estreou em 1919 e a base inicial se manteve até 1923, quando fez turnê na Argentina. Lá, houve mil problemas, eles tomaram calote do empresário. A situação ficou tão difícil que o governo brasileiro teve de pagar as passagens de volta”, relembra o maestro.




PIXINGUINHA

O conjunto se separou devido a desavenças entre os integrantes ocorridas na Argentina. “Depois ele se refez, mas não com as mesmas pessoas, durando até 1931. Mas a gente considera a essência dele até 1923”, explica Seixas. “Pixinguinha era a estrela, criado nas rodas de samba no terreiro da Tia Ciata na região da Praça 11, no Rio. O grupo sorveu muito daquelas fontes. A gente incluiu no repertório do show compositores como Chiquinha Gonzaga e Anacleto de Medeiros, pessoas que influenciaram aquela geração.”

Os shows no CCBB terão batuques, toadas, cateretê, foxtrote, maxixe, choro e samba, trazendo músicas que representam o que era executado pelo conjunto. Os arranjos foram feitos por Antônio Rocha, flautista do Época de Ouro.

“Nossa proposta é apresentar a versatilidade da música brasileira e sua história por meio das vozes de Dudu Nobre e de Fabiana Cozza, do clarinete e do saxofone de Nailor Proveta e da flauta e do saxofone de Lucas Brito. Reunimos nomes consagrados e novos talentos da MPB, que têm em comum a ligação com o choro e o samba”, diz Seixas.

Depois de Belo Horizonte, o projeto segue para as unidades do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro e em São Paulo.

DO PALAIS A PARIS – 100 ANOS DOS OITO BATUTAS
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Praça da Liberdade, 450, Funcionários, (31) 3431-9400. Nesta quarta-feira (15), às 20h, o Conjunto Época de Ouro convida Dudu Nobre. Próximos convidados: Lucas Brito (22/1), Nailor Proveta (29/1) e Fabiana Cozza (5/2). R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).