Há dois anos, Milton Nascimento, ao lado de Tiago Iorc, fez o show da estreia de um espaço de entretenimento de Belo Horizonte. Era o Anfiteatro Mineirão, estrutura montada atrás de uma das traves do estádio, com capacidade para receber 20 mil pessoas. Bituca voltou ao local na noite deste domingo (15) para uma apresentação superespecial: o encerramento da turnê Clube da Esquina, que começou por Juiz de Fora, em março, e passou por várias cidades do Brasil e do exterior.
A emoção que tem marcado a temporada se repetiu no Estádio Magalhães Pinto. Bituca mobilizou uma legião de convidados. O primeiro deles foi Samuel Rosa, que cantou com o ídolo Um girassol da cor de seu cabelo. “Vocês não imaginam o que é estar aqui ao lado deste gênio, que de certa forma me colocou na música”, afirmou o vocalista e compositor do Skank, que também soltou a voz em Paisagem da janela.
Flávio Venturini, que participou ativamente das gravações do disco Clube da Esquina 2, disse que o convite foi uma honra, destacando o prazer de estar ali naquele show histórico. Flávio e Milton cantaram Nuvem cigana. Em seguida, o convidado foi ao piano tocar e cantar Nascente, sua parceria com Murilo Antunes e uma da faixas do Clube 2.
A Maria Gadú coube Canoa, canoa, canção de Fernando Brant e Nelson Angelo, e Cravo e canela, parceria de Milton com Ronaldo Bastos, companheiro do Clube da Esquina lembrado por Milton durante o show.
Lília
Um dos momentos mais bonitos da noite foi a homenagem de Bituca à mãe adotiva. Ele cantou Lília, música que fez para ela, faixa do primeiro disco Clube da Esquina. Muita gente da plateia se emocionou.
Em seguida, Bituca contou como conheceu um de seus grandes parceiros, Lô Borges – os dois assinaram o primeiro álbum Clube da Esquina. A dupla cantou O trem azul, clássico lançado naquele disco, em 1972.
Lô chamou Samuel Rosa de volta e a dupla interpretou Trem de doido. Criolo, outra participação especial, cantou Me deixa em paz e Cais, com Milton ao piano. Quando Bituca pegou a sanfona e tocou Ponta de Areia, o Mineirão inteiro fez coro para ele.
Lô chamou Samuel Rosa de volta e a dupla interpretou Trem de doido. Criolo, outra participação especial, cantou Me deixa em paz e Cais, com Milton ao piano. Quando Bituca pegou a sanfona e tocou Ponta de Areia, o Mineirão inteiro fez coro para ele.
Maria Rita entrou no palco chorando, muito emocionada. Interpretou Encontros e despedidas, arrebatando o público, e duas canções gravadas por sua mãe, Elis Regina: Nada será como antes e O que foi feito devera.
Sócio-fundador do Clube da Esquina, Wagner Tiso, outro convidado visivelmente emocionado, disse ser um homem privilegiado por nascer no Sul de Minas, a terra de Pelé, rei do futebol, e de Milton Nascimento, rei da música. Os dois se conheceram ainda crianças, em Três Pontas. Wagner tocou Coração de estudante ao piano para o amigo de infância cantar.
Brant
De volta ao palco, Lô Borges apresentou Para Lennon e McCartney. Uma homenagem-surpresa da produção local emocionou Milton. Cartazes com a frase “Bituca eu te amo” foram distribuídos ao público, enquanto o bandeirão onde estava escrito 'A voz de Deus' e 'Onça verdadeira' surgiu no alto do estádio. Neste momento, Milton homenageou o letrista Fernando Brant, seu principal parceiro, que morreu em 2015. Afirmou que a vida teria sido sem graça se não tivesse conhecido o amigo. E saudou: “Viva Fernando Brant!”.
Paula e Bebeto, Nos bailes da vida e Maria Maria encerraram a festa com a presença de todos os convidados no palco e fogos de artifício no céu. A turnê de encerramento, cujo repertório destacou sobretudo as músicas dos dois discos do Clube da Esquina, terá mais três shows – dois em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.
Milton Nascimento e convidados encerraram show ao som de Maria, Maria - Foto: Leandro Couri/EM/DA Press