Fernando Pires tinha 15 anos quando criou um grupo musical ao lado do irmão, Alexandre, e de amigos de Uberlândia. Lá se vão 30 anos e o SPC continua sendo uma das bandas de samba e pagode mais queridas do Brasil. “Essa longevidade me deixa muito feliz. Construir uma carreira cantando as mesmas músicas, todas autorais, durante todo esse tempo é para poucos artistas. É muito gratificante a gente ouvir, a toda hora, os fãs falando da importância do SPC na vida deles”, ressalta.
O grupo mineiro – formado também por Luis Fernando, Alexandre Popó e Juliano Pires (Fernando é o único remanescente da primeira formação) – está rodando o país com a turnê comemorativa das três décadas de trajetória. Nesta sexta-feira (29), Belo Horizonte recebe o show que faz um passeio cronológico pelos sucessos do SPC. “Foi fácil e difícil escolher o repertório. É um resumo da nossa carreira. A gente começa do primeiro disco e vai percorrendo até os dias de hoje. Como não cabe tudo, optamos por alguns pot-pourris. O telão exibe imagens da gente na época daquela música executada ao vivo. As pessoas têm se emocionado bastante”, diz.
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Veja em primeira mão vídeo de inédita de Lô Borges com Samuel RosaMorte da cantora Goo Hara mostra o lado sombrio do K-popJay-Z processa site pelo uso de sua imagem em livros infantisFernando acredita que a onda de saudosismo e nostalgia – vide o fenômeno da turnê de Sandy e Júnior, que arrecadou mais de R$ 120 milhões – se deve, principalmente, ao fato de as músicas de hoje em dia serem descartáveis.
“Não tem aquela coisa tão sólida como antigamente. Muitas canções estouram, tocam na rádio e na internet, mas somem daqui a dois meses. Nem dá tempo de assimilar. Fazer sucesso e perdurar não é pra qualquer um. O público sente falta daquelas coisas que marcam a nossa vida, por isso as pessoas querem voltar no tempo”, opina.
Um dos desafios para Fernando Pires é cantar o repertório que ele, no passado, praticamente só tocou, pois começou no SPC como baterista. Sem contar a responsabilidade de assumir o lugar do cantor Alexandre Pires, que saiu em 2002 para seguir carreira solo. “É um peso ainda maior, mas tenho muito orgulho de dar continuidade a esse trabalho no lugar de alguém tão talentoso como ele”, afirma.
Fernando celebra um dos grandes feitos do grupo, o álbum Só Pra Contrariar (Depois do prazer), de 1997, que na época vendeu mais de três milhões de cópias. “Era o nosso quarto trabalho. Ele ainda é muito importante, está na internet e alcançou a marca de 4,5 milhões de cópias vendidas. É considerado um dos álbuns mais vendidos na história da música brasileira”, destaca.
Com vários hits no repertório – Essa tal liberdade, Que se chama amor, A barata, Domingo, Sai da minha aba e Mineirinho –, o cantor revela que fãs e amigos sentiam falta de um projeto com as músicas antigas que não estouraram. Por isso, o grupo lançou recentemente nas plataformas digitais o álbum O lado b do SPC com 11 faixas e regravações de canções pouco conhecidas, como Tem tudo a ver, que ganhou clipe recentemente.
“A gente fez enquete nas redes sociais e o público apontou o que queria. As canções ganharam outros arranjos. Ficou um trabalho bem bacana, que agora chega junto com a turnê de 30 anos. Em 2020, a gente deve gravar DVD desse disco”, informa.
SPC 30 ANOS
Nesta sexta-feira (29), às 22h. KM de Vantagens Hall. Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro, (31) 3209-8989. Inteira: R$ 80 (pista/arquibancada/1º lote). Mesa: R$ 120 (inteira) e R$ 480 (4 lugares). Meia-enrada na forma da lei. À venda no site Tickets For Fun.