Alice Caymmi se reinventa no show 'Electra', atração de sexta em BH

Cantora faz apresentação intimista e dramática, apresentando as canções de seu novo disco e a releitura do clássico 'Andança'. Projeto marca uma ruptura: 'É um corte', diz ela

Estado de Minas 08/11/2019 06:00
Murilo Alvesso/divulgação
(foto: Murilo Alvesso/divulgação)
Electra talvez seja um dos mitos gregos mais populares. Amargurada e impulsiva, ela induziu o irmão, Orestes, a assassinar a mãe deles, Clitemnestra, para vingar a morte do pai, Agamemnon, arquitetada pela própria esposa. Daí nasceu o Complexo de Electra, em que a filha passa a ter mais identificação com o pai, disputando com a mãe a atenção dele.

A mítica figura grega inspirou Alice Caymmi a criar seu quarto disco, Electra. “Ela é trágica e intensa, tem muita força de reconstrução da vida. Essa personagem tem tudo a ver comigo”, diz.

Filha dos cantores Simone e Danilo Caymmi, Alice chega a BH com a nova turnê para participar da série Uma voz, um instrumento, cuja proposta tem tudo a ver com seu novo álbum. No palco, um intérprete se apresenta com um ou dois músicos.

Alice, que já vinha testando o show ao lado de um pianista, decidiu viabilizar algo que valorizasse sua voz. Nas 10 faixas de Electra, está acompanhada do piano de Itamar Assiere, coautor dos arranjos criados em parceria com ela. O pianista João Rebouças e o percussionista Filipe Castro são os companheiros de palco dela.

A voz, que já se sobressaía nas performances de Alice, torna-se mais potente e bela em Electra. A cantora mergulha na essência de cada canção. Elogiado pela crítica, o projeto tem seduzido o público. “Mas não é aquela coisa de massa, é um consumo específico, pois se trata de um disco muito refinado. Tenho sentido que as pessoas estão gostando, saem transformadas”, celebra.

Pelo jeito, a transformação não se dá apenas na plateia. A cantora ressalta que o projeto marca uma ruptura em sua vida pessoal e profissional. “É um corte, até porque a gente está sempre se reconstruindo”, pontua.

O disco é visceral, mas o show vai além. A direção ficou a cargo de Paulo Borges, idealizador e diretor-criativo da São Paulo Fashion Week. São três atos: Tragédia, Revolução e Futuro. Alexandre Herchcovitch assina o figurino. O espetáculo tem dramaticidade e teatralidade. “Ali coloco em prática tudo o que aprendi como atriz nos palcos e na faculdade de artes cênicas. Tenho uma preocupação com a proposta estética. O show ganha mais força com isso”, ressalta.

Além das canções do disco, o repertório traz músicas de outros trabalhos dela – Agora, A estação, Iansã, Meu recado e Como vês –, além de Andança, clássico da MPB composto por Danilo Caymmi, Paulinho Tapajós e Edmundo Souto. “Reuni as mais pedidas pelo público e também um pouco da minha discografia. Tem de tudo um pouco e acho que o resultado ficou bacana”, afirma Alice.

JESUS 
Esta semana, a cantora lançou nas plataformas digitais sua versão dançante de Jesus Cristo, clássico do repertório de Roberto Carlos. O single é parceria dela com o DJ Omulu, responsável pela produção da faixa.

A música de Roberto não está no repertório da turnê Electra, mas pode entrar no próximo projeto da artista. “Estou planejando alguma coisa para o próximo ano e essa música deve fazer parte”, adianta Alice Caymmi.

UMA VOZ, UM INSTRUMENTO
Com Alice Caymmi, João Rebouças e Filipe Castro. Nesta sexta-feira (8), às 21h. Centro Cultural Minas Tênis Clube. Rua da Bahia, 2.244, Lourdes, (31) 3516-1360. R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada). Vendas on-line 
no site Eventim.










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